O líder cubano Fidel Castro, que na última quarta-feira recebeu o presidente do Irã em Havana, afirmou que Mahmoud Ahmadinejad estava "sossegado", "indiferente às ameaças ianques" e "confiante na capacidade de seu povo para enfrentar qualquer agressão".
Em um artigo publicado nesta sexta-feira pela imprensa cubana, intitulado "A paz mundial pende de um fio", Fidel Castro comenta detalhes do encontro com Ahmadinejad, que visitou Cuba dentro da viagem que realizou pela América Latina.
As fotografias deste encontro, publicadas pelo site oficial Cubadebate, mostram ambos os líderes muito sorridentes.
O ex-presidente cubano relatou que Ahmadinejad estava "absolutamente sossegado e tranquilo, indiferente totalmente às ameaças ianques, confiante na capacidade de seu povo para enfrentar qualquer agressão e na eficácia de suas armas, grande parte produzidas por eles mesmos".
Apesar de a declaração envolver o tema, Fidel Castro acrescenta que o presidente iraniano quase não falou das questões bélicas.
"Tenho certeza que, por parte do Irã, não devemos esperar ações irreflexivas que possam contribuir para uma guerra. Se esta inevitavelmente ocorrer, será fruto exclusivo do "aventurismo" e da irresponsabilidade congênita do império ianque", sustenta Fidel.
Na última de suas reflexões, Fidel Castro defende que "nenhum país grande ou pequeno tenha o direito de possuir armas nucleares" e opina que, após a Segunda Guerra Mundial, a ONU deveria ter proibido "sem exceção alguma". Mas, os "Estados Unidos, a potência mais rica poderosa, impôs ao resto do mundo essa linha a seguir".
Fidel também critica a "tranquilidade" com que os Estados Unidos e "a civilizada" Europa promovem sua campanha contra o Irã "com uma pasmosa e sistemática prática terrorista", enquanto denuncia a "carnificina seletiva de brilhantes cientistas iranianos sistematicamente assassinados".
Ainda em seu artigo, Castro também se refere, citando reportes de agências internacionais, ao polêmico vídeo onde soldados americanos urinam sobre cadáveres de talibãs no Afeganistão, o que qualifica de "imundície".
O líder cubano "lamenta" a postura dos soldados, que foram enviados a milhares de quilômetros de sua pátria "para lutar em países que nem sequer ouviram falar como estudantes letivos", onde aprenderam "matar ou morrer para enriquecer empresas multinacionais, fabricantes de armas e políticos inescrupulosos"
Em sua tese, Fidel Castro reafirma que a segurança do planeta está em perigo não só por um eventual conflito com o Irã, mas pela complexa situação no Oriente Médio e em outros pontos da Ásia Central, como o Paquistão e o Afeganistão, onde existem "problemas sérios problemas" pela "contraditória e absurda política imperial" dos Estados Unidos.
Com a pergunta: "Por acaso exagero quando afirmo que a paz mundial depende de um fio?", Fidel, aos 85 anos, conclui seu artigo.