O ex-líder cubano Fidel Castro disse na terça-feira que não deseja se reintegrar à Organização dos Estados Americanos (OEA), como solicitado por alguns de seus aliados, e não quer nem mesmo "ouvir o nome vil da instituição".

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Fidel, em seu artigo publicado na terça-feira, disse que OEA "tem uma história que coleciona todo o lixo de 60 anos de traição às pessoas da América Latina".

Ele disse que a organização esteve envolvida em "ações agressivas" que resultaram em mortes de centenas de milhares de pessoas.

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Cuba foi suspensa da OEA em 1962, porque o sistema comunista criado por Fidel, depois que ele tomou o poder na revolução de 1959, foi julgado como "incompatível" com os princípios da organização. A entidade congrega 35 países.

Fidel Castro tem criticado o grupo por anos, chamando-o de "Ministério de Colônias" dos Estados Unidos.

Antes de o encontro da OEA começar na sexta-feira em Trinidad e Tobago, muitos países latino-americanos disseram que Cuba deveria voltar à organização, que promove a cooperação regional e a democracia.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse a repórteres no Rio de Janeiro na segunda-feira que a ausência de Cuba na OEA "é uma anomalia que precisa ser corrigida".

O chefe da OEA, José Miguel Insulza, disse ao jornal O Globo que Cuba precisa mostrar o seu comprometimento com a democracia para ser readmitida.

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"É preciso saber qual a prioridade de Cuba. Se ao país interessa voltar aos organismos multilaterais ou se pensa apenas no fim do embargo e no crescimento econômico", disse ao jornal, se referindo ao embargo norte-americano imposto a Cuba desde 1962.

"Até mesmo nos ofende supor que nós desejamos reingressar na OEA. Este trem passou um tempo atrás, e Insulza ainda não sabe disso", disse Fidel.

Fidel Castro, 82 anos, não tem sido visto em público desde a sua cirurgia intestinal em julho de 2006. Ele concedeu poderes ao seu irmão, o presidente Raúl Castro, no ano passado, mas continua com uma voz forte através de seus artigos publicados em sites na Internet estatais e jornais.

Nas últimas semanas, Fidel produziu os artigos em grande quantidade em uma média prolífica.

As duas primeiras medidas tomadas na terça-feira referem-se em parte à decisão de segunda-feira do presidente dos EUA, Barack Obama, de permitir que cubano-americanos viajem livremente a Cuba e enviem quanto dinheiro quiserem aos seus parentes na ilha.

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Fidel Castro diz que as medidas de Obama foram positivas, mas um passo pequeno para desenvolver relações Estados Unidos-Cuba, que Obama disse que irá perseguir.