O presidente cubano, Fidel Castro, que completará 80 anos em agosto, disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos não deveriam se preocupar porque ele não pretende governar até os 100 anos.
Castro afirmou, durante um ato diante de cerca de 100 mil simpatizantes na cidade de Bayamo, a 730 quilômetros a leste de Havana, que há cada vez mais cubanos centenários graças aos avanços sociais da revolução.
- Porém, não se assustem nossos vizinhos do norte [os EUA], pois não estou pensando em exercer as funções até essa idade - declarou o líder cubano, que faz aniversário em 13 de agosto.
Castro, que governa Cuba desde o triunfo da revolução, em 1959, disse que está no poder contra sua vontade.
- Nunca lutei para isso. Lutarei sim, por toda a minha vida, até o último segundo, enquanto tiver uso da razão, por fazer algo de bom, fazer algo de útil - acrescentou.
Castro falou durante um encontro em comemoração ao 53o aniversário da investida ao quartel de Moncada, a principal data do calendário revolucionário.
Os EUA anunciaram em julho um plano de US$ 80 milhões para apoiar a oposição e aumentar a pressão econômica sobre Cuba com a esperança de forçar uma transformação política na ilha.
A constituição cubana estabelece que será seu irmão Raúl, ministro da Defesa e número dois do governo e do Partido Comunista, que substituirá Fidel Castro em caso de incapacidade ou de ausência.
Mas Raúl, de 75 anos, disse que o único herdeiro de seu irmão será o Partido Comunista.
No dia 26 de julho de 1953, um grupo de cerca de 150 militantes de esquerda, liderados por Castro, atacou o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, no extremo oriental da ilha.
A investida, que pretendia desatar uma insurreição popular contra a ditadura de Fulgencio Batista, foi um fracasso.
Castro, seu irmão Raúl e outras dezenas de seus companheiros foram presos. Muitos dos rebeldes foram torturados até a morte.
A operação, contudo, deu popularidade a Castro, então um dirigente universitário de 26 anos, e deu origem ao Movimento 26 de julho, que acabou derrubando Batista, em 1959.
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