Fidel Castro está se sentindo "muito bem'' e na segunda-feira recebeu em Havana a visita do escritor colombiano Gabriel García Márquez, disse o líder cubano convalescente em conversa telefônica com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cujo conteúdo foi publicado por um jornal nesta quarta-feira.
García Márquez, prêmio Nobel de Literatura e velho amigo de Fidel Castro, chegou a Cuba na última quinta-feira para comemorar seu aniversário de 80 anos.
"Esta manhã recebi a visita de Gabo (García Márquez), que apareceu por aqui. Ele está aqui'', disse Castro a Chávez, segundo a transcrição de um bate-papo que os dois líderes tiveram na tarde de segunda-feira, publicada na quarta-feira pelo "Granma", o jornal do governista Partido Comunista cubano.
O líder cubano de 80 anos não é visto em público desde 31 de julho do ano passado, quando entregou o poder temporariamente a seu irmão Raúl, em função de uma doença cuja natureza não foi revelada.
Fidel afirmou estar se sentindo ``muito bem'', de acordo com a transcrição da conversa com Chávez, que telefonou para ele desde a capital do Haiti, Porto Príncipe, última escala do giro latino-americano feito pelo presidente venezuelano para contrabalançar a viagem do presidente George W. Bush a vários países da região.
"Não perdi nenhum discurso de nenhum dos comícios (de Chávez) -Argentina, Bolívia, Nicarágua, Jamaica. (...) Achei tudo realmente impressionante'', disse o líder cubano.
Na conversa, na qual também interveio rapidamente o presidente do Haiti, René Preval, Chávez contou a Fidel que quer incorporar o Haiti a seu projeto de integração regional, conhecido como Alternativa Bolivariana para as Américas.
"O que está acontecendo neste momento é uma página inédita da História'', disse Fidel.
"É verdade. Pena que você não o esteja vendo'', respondeu Chávez.
"Pelo menos eu imagino'', retrucou Fidel. "Uso a imaginação para ver tudo.''
Embora a doença do líder cubano continue a ser segredo de Estado, seus funcionários falam com otimismo crescente sobre a recuperação do homem que governou a ilha desde a vitória da revolução, em 1959.