Havana - O ex-ditador cubano Fidel Castro reapareceu ontem para um discurso ao público pela primeira vez em quatro anos e falou, em pé, durante 45 minutos sobre os perigos de uma guerra nuclear.
No primeiro ato em massa e aberto do qual participa desde que adoeceu e cedeu o poder em 2006, Fidel, que tem 84 anos, foi à Universidade de Havana e mandou uma mensagem dirigida aos estudantes universitários. Milhares de pessoas acompanharam o discurso do ex-líder, que, dizem analistas, ainda tem muito poder de decisão na política cubana.
O público era formado quase exclusivamente por estudantes, alguns dos quais chegaram com várias horas de antecedência para ocupar um lugar.
Como já se tornou habitual em suas recentes reaparições públicas, o líder da Revolução Cubana voltou a advertir sobre os perigos que o mundo correria perante a ameaça de uma guerra nuclear derivada de um ataque dos Estados Unidos ao Irã.
"O tempo que a humanidade dispõe para travar esta batalha é incrivelmente limitado", afirmou Fidel, agradecendo aos universitários cubanos por seu "apoio moral à luta pela paz".
"O problema dos povos de hoje em dia, digamos, de mais de 7 bilhões de seres humanos, é impedir que tal tragédia ocorra. Coube a Cuba a dura tarefa de advertir a humanidade sobre o perigo real que está enfrentando", disse Fidel.
O ex-líder, que não fez nenhuma referência a política interna, exortou os jovens "a não deixar de batalhar nessa direção, com o objetivo que a vida humana seja preservada".
O ato foi transmitido ao vivo por vários canais de rádio e televisão da ilha.
Saúde
Em julho, Castro voltou de surpresa à cena pública após quatro anos de convalescença pela grave doença que o obrigou a delegar a Presidência de Cuba a seu irmão Raúl em 2006.
Desde então, protagonizou reuniões, visitas, atos e encontros com jornalistas cubanos e estrangeiros, oferecendo até entrevistas exclusivas a meios internacionais.
Seu mais recente discurso transmitido ao vivo aconteceu no dia 7 de agosto, quando falou na Assembleia Nacional.
Deixe sua opinião