O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou que não sobreviverá para ver o fim do mandato do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Ele pediu que o governo de seu irmão, Raúl Castro, não exagere na inquietação com sua morte. "Eu estou bem, mas insisto que ninguém (no governo) deve se sentir obrigado por minhas Reflexiones (artigos de jornal, que escreve regularmente) minha doença ou minha morte", escreveu Fidel, de 82 anos, em um texto publicado hoje no site oficial do governo cubano.
O ex-líder queria também rebater os rumores de que estaria morrendo. Fidel não aparece em público desde que foi submetido a uma cirurgia intestinal de emergência, em julho de 2006.
Desde então, seu irmão Raúl governa a ilha. Nesta semana, Fidel escreveu dois textos, incluindo o comentário de ontem. Com isso rompeu um silêncio de cinco semanas, que criou especulações sobre sua saúde. Ele disse que decidiu escrever menos nesse ano "para não interferir ou embaraçar meus colegas no partido (Comunista) e no governo e nas constantes decisões que ele deve fazer".
Fidel afirmou que agora passa boa parte do tempo consultando os documentos e discursos produzidos durante quase 50 anos como líder da revolução cubana. "Eu tive o raro privilégio de observar eventos durante um período de tempo longo. Eu recebo informação e medito cuidadosamente sobre esses eventos", escreveu Fidel. "Eu não espero ter esse privilégio em quatro anos, quando terminar o primeiro mandato de Obama.
Fotos
Na quarta-feira, Fidel e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se encontraram. Algumas fotos do encontro foram divulgadas hoje pela emissora argentina C5N. Cristina disse aos repórteres que Fidel parecia "muito bem" e a recebeu "de pé, como um cavalheiro".
No artigo de ontem, Fidel afirmou não duvidar da "honestidade" e das "nobres intenções" de Obama. Porém, demonstrou ceticismo pelo fato de todo o poder do novo presidente dos EUA não ser capaz de superar as "contradições do sistema (capitalista)".