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Havana - O líder cubano Fidel Castro criticou o presidente iraniano, Mah­­moud Ahmadinejad, pelo que chamou de atitudes antissemitas e questionou suas próprias ações durante a Crise de Mísseis Cubana de 1962 em entrevistas concedidas ao jornalista norte-americano, Jeffrey Goldberg, correspondente da revista The Atlantic.

Goldberg estava de férias no mês passado, quando o diretor da Seção de Interesses Cubanos – que Cuba mantém nos Estados Unidos em vez de uma embaixada – telefonou para dizer que Fi­­del havia lido seu recente artigo sobre Israel e Irã e gostaria que fosse para Havana para discutir te­­mores de uma guerra nuclear. O jornalista pediu a Julia Sweig, es­­pecialista na política EUA-Cuba do Conselho de Relações Exterio­­res, para acompanhá-lo e os dois passaram três dias conversando com o líder cubano.

Segundo o jornalista, Fidel, que tem sido um crítico feroz de Israel, repetidamente abordou seu desprezo pelo antissemitismo, repreendendo Ahmadinejad por negar o Holocausto. O revolucionário disse que o Irã pode promover a causa da paz ao "reconhecer a história do antissemitismo e tentar entender porquê os israelenses temem por sua existência".

Goldberg também questionou Fidel sobre a Crise de Mísseis Cuba­­na, perguntando se alguma vez "lhe pareceu lógico recomendar aos soviéticos que bombardeassem os EUA". Fidel o surpreendeu ao responder: "Depois de ter visto o que vi, e sabendo o que sei agora, não valeu a pena de modo algum."

Depois de passar por uma ci­­rur­­gia intestinal de emergência em julho de 2006, deixando a presidência para seu irmão e ficando recluso por quatro anos, Fidel co­­meçou a fazer aparições públicas quase diárias para alertar sobre uma guerra nuclear.

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