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Na semana em que completou 87 anos, Fidel Castro contou que decidiu renunciar à Presidência de Cuba e transferir os poderes ao irmão, Raúl, após ser diagnosticado com uma doença fatal no intestino em 2006. No artigo de três páginas publicado no jornal "Granma", na quarta-feira, afirmou que não esperava viver tanto.

"Estava longe de imaginar que minha vida se estenderia por mais sete anos", disse o homem que comandou a Revolução Cubana. "Assim que compreendi que seria definitivo, não hesitei em encerrar minhas atividades como presidente."

Fidel se afastou do poder provisoriamente naquele ano, e o passou oficialmente a Raúl em 2008. Raramente aparece em público, e normalmente se comunica com os cubanos através de artigos na imprensa oficial.

O texto foi o primeiro em mais de quatro meses. Além de tocar em assuntos como a própria doença e a morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez, Fidel menciona momentos da Guerra Fria, revelando que Cuba recebeu armas da Coreia do Norte no início da década de 80. O fornecimento veio depois de o então líder soviético Yuri Andropov advertir que a União Soviética não tinha meios de defender o aliado.

"Ele nos disse que se fôssemos atacados pelos EUA, teríamos que lutar sozinhos", observa Fidel, acrescentando que a URSS continuaria a fornecer armas ao país. "Poucos de nós sabiam disso porque seria perigoso se o inimigo obtivesse essa informação."

Cuba, então, achou melhor buscar a ajuda de outros amigos. "O camarada Kim Il-Sung (que morreria em 1994) nos enviou 100 mil fuzis AK e munição sem cobrar um centavo", revelou.

O dado vem no momento em que uma equipe da ONU inspeciona um navio norte-coreano apreendido no Panamá com armas após passar por Cuba. Segundo o governo cubano, eram armas obsoletas que iam para o conserto.

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