O líder cubano Fidel Castro está em condições de escrever notas e dar ordens, se recupera de uma cirurgia e está ansioso em voltar a trabalhar, disse no domingo o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Apesar da recuperação, os cubanos se mostram apreensivos com a fragilidade do líder depois de mais de 50 anos de governo ininterrupto na ilha comunista.
Castro transmitiu o poder temporariamente a seu irmão Raul em 31 de julho, para se recuperar de uma cirurgia no intestino.
- Ele já está escrevendo, (antes) não podia nem escrever, ele se recupera - disse Chávez em seu programa semanal de TV. Ele mostrou uma nota escrita a mão que, segundo disse, Castro lhe deu durante a visita surpresa feita por ele a Cuba na semana passada.
- Ele já se senta, escreve, tem um telefone, dá ordens e instruções.
Chávez também mostrou uma nota que afirmou ter sido escrita por Castro a seus médicos, em que o líder de 80 anos falou sobre "o quanto eu desejo poder voltar ao escritório."
A situação exata sobre o problema de saúde de Castro é um segredo de estado em Cuba, o que resultou em intensa especulação sobre sua condição e o futuro do governo cubano. Ele não é visto em público desde o anúncio da transferência de poder.
Autoridades cubanas desmentem os rumores de que Castro tem câncer, mas um médico cubano, falando sob condição de que seu nome não fosse revelado, disse que "algo muito ruim deve ter acontecido com o Comandante."
Imagens televisionadas gravadas durante a visita de Chávez mostram Castro sentado e falando com entusiasmo, em mais um indício de sua recuperação.
Raul, considerado muito menos carismático que seu irmão, se mantém em geral fora da vista do público.
Chávez, que afirma ser uma das poucas pessoas do mundo que sabe o que aconteceu com Castro, ajuda Cuba a minar o estrito embargo dos EUA, enviando petróleo barato e intensificando as relações comerciais com o país.
Acordos entre Cuba e a Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, resultaram no envio de mais de 20.000 médicos cubanos para a Venezuela, para prestarem serviços médicos aos pobres.
O programa, um dos diversos projetos sociais financiados com o dinheiro do petróleo, ajuda Chávez a conseguir uma sólida base de apoio político. A expectativa geral é que ele seja reeleito na eleição de dezembro na Venezuela.