Um telegrama diplomático norte-americano, vazado pelo site WikiLeaks e divulgado na quarta-feira (15) pelo jornal El País, mostra que o então líder cubano, Fidel Castro, teve uma hemorragia em um avião que fazia a rota de Holguín a Havana, distantes 743 quilômetros e sem médico a bordo. A aeronave aterrissou com urgência para que o dirigente do Partido Comunista pudesse ser tratado.

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Fidel está afastado do poder há quatro anos e sua doença é segredo de Estado na ilha. O documento norte-americano, emitido pela Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, baseia-se em um informe médico cubano. Hoje com 84 anos, Fidel foi afastado quando teve uma enfermidade originada no intestino grosso.

Em 14 de março de 2007, documento diplomático dos EUA afirmou que Fidel "atravessa um estado terminal", mas que "não vai morrer imediatamente". O texto é firmado por Michael Parmly, então chefe da missão diplomática norte-americana na ilha.

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O informe norte-americano divulgado pelo El País afirma que Fidel teve uma diverticulite. Segundo o texto, ele precisava de uma colostomia - operação na qual se abre uma parte do abdome para retirada de fezes -, porém se recusou a submeter-se ao procedimento.

Com o tempo, Fidel teve uma infecção no cólon e foi submetido a uma nova operação. Os médicos encontraram ainda uma fístula - conexão anormal entre dois órgãos -, que teria sido tratada com um aparato fabricado na Coreia do Sul "sem muito êxito". O informe indicava que, na idade do paciente, as complicações não são curáveis.

A seção de interesses chega a afirmar no documento que Fidel quase morreu entre "julho e outubro de 2006", ressalvando, porém que é difícil fazer uma previsão para o futuro do caso.

Em outro despacho diplomático revelado pelo WikiLeaks e divulgado pelo El País, o escritório norte-americano levanta hipóteses sobre o que pode ocorrer após a morte do ex-líder. O documento não prevê nenhuma convulsão social, mas sim que a liderança comunista buscará mostrar que segue no comando da ilha.