Fidel Castro fez a primeira aparição pública prolongada desde 2010 no domingo| Foto: REUTERS/AIN FOTO/Marcelino Vazquez

O ex-presidente cubano Fidel Castro votou na eleição geral de domingo e conversou por mais de uma hora com admiradores e jornalistas cubanos em Havana, na sua primeira aparição pública prolongada desde 2010.

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Fidel havia votado em sua própria casa nas três eleições realizadas desde que adoeceu e entregou o poder ao irmão Raúl, em 2006.

Curvado e com a barba branca, Fidel, de 86 anos, foi visto na TV estatal depositando seu voto na urna, no final da tarde. Usava camisa xadrez branca e casaco azul claro.

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O locutor da TV disse que Fidel conversou sobre os esforços do regime comunista para reformar a economia, sobre a integração latino-americana, sobre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e sobre outros assuntos.

Em voz débil, ele louvou a participação popular na eleição de domingo. "O povo é realmente revolucionário, realmente tem se sacrificado. Não precisamos provar isso, a história irá provar. Cinquenta anos de bloqueio (econômico norte-americano), e ele não desistiu."

Os cubanos foram às urnas para eleger 612 deputados da Assembleia Nacional e mais de mil delegados das assembleias provinciais, num processo comandado pelo Partido Comunista Cubano.

O presidente Raúl Castro e outros líderes também foram mostrados na televisão depositando seus votos e comentando a importância da eleição como sinal de apoio às reformas no país e à independência de Cuba em relação aos EUA.

Raúl está descentralizando a economia estatal, ao dar mais espaço à iniciativa privada na agricultura e no varejo. Ele também suspendeu várias restrições às liberdades pessoais, como viagens e transações com veículos e imóveis.

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No campo político, Raúl determinou um limite de dois mandatos quinquenais para os principais cargos eletivos, mas não chegou a autorizar o funcionamento de outros partidos ou a realização de eleições com disputa real.

"Renunciar ao princípio de um partido único seria equivalente a legalizar um ou mais partidos imperialistas", disse Raúl numa conferência partidária no ano passado.

Ele insistiu que críticos e inclusive alguns aliados não levam em conta "o estado anormal de cerco" que o país enfrenta, por causa do embargo norte-americano.

Havia a expectativa de que 95 por cento dos cubanos maiores de 16 anos votariam no domingo. Havia seções eleitorais em praticamente todos os quarteirões, e a abstenção é malvista.

A Reuters conversou com mais de meia dúzia de eleitores que chegavam para votar em Havana. Nenhum deles sabia quem eram os candidatos do seu distrito na lista nacional.

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"O que é certeza é que são todos revolucionários, e é isso que importa", disse o aposentado Eduardo Sánchez.

"Voto porque sinto que devo, e não importa realmente, porque os deputados não têm mesmo nenhum poder", disse uma jovem que não quis se identificar.

Os curiosos liam as biografias dos candidatos divulgadas nas seções, e então depositavam as cédulas de papel em urnas de cartolina, vigiadas por estudantes.

Outros simplesmente entravam na cabine e marcavam uma opção correspondente à lista inteira.

Os candidatos eram em número igual à quantidade de vagas, e as únicas opções dos eleitores eram excluir determinado candidato da lista, votar em branco ou anular.

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