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Buenos Aires – Funciona em Lisandro Olmos, a 60 quilômetros da capital argentina, a única prisão exclusiva para evangélicos da América Latina, com 253 internos. E funciona bem.

A experiência, que começou a ser testada em 2002, foi tão bem-sucedida que 3 mil detentos de outras prisões do país pediram transferência para a "Cristo é a única esperança", como os presos chamam a Unidade 25 do Serviço Penitenciário de Buenos Aires. "Isto é um centro de reabilitação cristão-evangélico", explica José Córdoba, um preso que se apresenta como "pastor e líder espiritual" do presídio.

Na contramão da má situação da maioria das prisões do país – recentemente, mais de 12 mil presos da província de Buenos Aires fizeram greve de fome por melhores condições nos presídios –, a "Cristo é a única esperança" cumpre o artigo da Constituição argentina que estabelece que "as prisões da nação serão sadias e limpas, para segurança e não para castigo dos réus detidos nelas". Os internos se ocupam da limpeza dos três andares do presídio evangélico, onde não se permite fumar nem consumir drogas ou álcool, e não são separados pelo crime que cometeram, como acontece nas outras unidades.

Para Córdoba, que cumpre uma longa pena por homicídio e roubo, além da fé, o segredo da Unidade 25 passa pelo autocontrole, pelas responsabilidades que os presos têm e pela boa convivência com os guardas. Os pastores evangélicos supervisionam se os presos rezam, lêem a Bíblia e participam das orações, das vigílias e dos cultos que ocorrem diariamente na penitenciária.

Adaptação

Além das atividades religiosas, os internos trabalham, estudam e praticam esportes. Para garantir o bom funcionamento do local, os recém-chegados à Unidade 25 passam por um mês de adaptação.

Curiosamente, entre os presos da unidade está um integrante dos "Doze Apóstolos", como é conhecido um grupo de delinqüentes que em 1996 liderou um sangrento motim com oito mortos, tomada de reféns e atos de canibalismo em uma prisão de Buenos Aires.

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