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A filha do filósofo russo Alexander Dugin, considerado o mentor de Vladimir Putin, morreu na noite deste sábado (20), após uma explosão no carro que ela dirigia, nos arredores de Moscou. Darya Dugina tinha 30 anos, era jornalista e especialista em política. A Rússia investiga a hipótese de assassinato, enquanto a Ucrânia nega qualquer envolvimento em um suposto ataque.
De acordo com o jornal estatal russo Rossiiskaya Gazeta, pai e filha participavam juntos de um festival perto de Moscou, e Dugin decidiu no último minuto que trocaria de carro. Segundo a agência de notícias estatal russa TASS, o Toyota Land Cruiser que Darya dirigia no momento da explosão pertencia a seu pai, e ele provavelmente era o alvo pretendido. Um vídeo nas redes sociais mostra o ideólogo russo com as mãos na cabeça, ao visitar o local da explosão.
"Um dispositivo explosivo foi colocado na parte de baixo do carro do lado do motorista", afirmou o Comitê de Investigação da Rússia, por meio de comunicado reproduzido pela agência de notícias Reuters. "A investigação acredita que o crime foi planejado com antecedência e foi de natureza contratual", completou.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que um envolvimento da Ucrânia no ataque significaria uma política de "terrorismo de Estado”.
O assessor da presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, negou neste domingo (21) que Kiev esteja envolvida no fato. "Enfatizo que a Ucrânia não tem nada a ver com isso, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista", disse. Ele afirmou que a Rússia começou a "se desintegrar internamente" e que vários grupos políticos passaram a se enfrentar na luta pelo poder.
Há duas décadas, o filósofo russo Alexander Dugin defende publicamente que a Rússia invada a Ucrânia. Darya Dugina concordava amplamente com as ideias do pai, tendo inclusive ido à TV estatal para oferecer apoio às ações russas na Ucrânia.
Em março, Dugina foi colocada em uma lista de sanções dos Estados Unidos. Editora-chefe do site United World International, segundo o Tesouro dos EUA, ela sugeriu que a Ucrânia "pereceria" se admitida na aliança militar da OTAN.