Iulia Skripal, a filha do ex-espião russo Serguei Skripal, envenenada ao lado do pai com uma substância neurotóxica no Reino Unido, recebeu alta, anunciou nesta terça-feira (10) do hospital em que ela estava internada desde 4 de março.
"Isto não é o fim do tratamento dela, mas marca um avanço significativo", disse Christine Blanshard, diretora do hospital em Salisbury, cidade onde pai e filha foram encontrados desmaiados em um banco após serem envenenados, em circunstâncias ainda não esclarecidas.
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"Seu pai [Serguei] também está progredindo. Na sexta (6), eu anunciei que ele não estava mais em uma condição crítica. Apesar dele estar se recuperando mais lentamente que Iulia, nós esperamos que ele também esteja apto a deixar o hospital assim que possível", disse a diretora.
Tratamento
Pela primeira vez, o hospital apresentou detalhes de como foi feito o tratamento da dupla. Eles foram levados ao centro médico em condições críticas no dia 4 de março e os médicos chegaram a levantar a hipótese de que teriam danos cerebrais permanentes, mas os dois estão se recuperando nas últimas semanas.
Blanshard disse que o primeiro esforço dos médicos foi estabilizá-los para garantir que podiam respirar e que o sangue circulava normalmente. Ela explicou que o agente neurotóxico usado no ataque se liga a uma enzima do corpo, impedindo, assim, certos nervos de funcionarem corretamente, o que causa alucinações e enjoos.
"Nós tivemos que usar uma variedade de diferentes remédios para dar suporte aos pacientes, até que eles pudessem repor as enzimas afetadas pelo envenenamento", disse ele. "Também usamos técnicas especiais de descontaminação para remover qualquer toxina residual".
Ela não disse para onde Iulia foi levada e nem quando de fato ela recebeu alta, mas a rede de TV britânica BBC disse que a russa deixou o hospital na noite de segunda (9).
Ataque
Iulia, 33, visitava o pai em Salisbury quando aconteceu o ataque na cidade do sudoeste da Inglaterra. Serguei, 66, é um ex-espião russo que foi preso por Moscou acusado de ter vendido segredos aos britânicos. Libertado em uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos, ele se mudou para o Reino unido em 2010.
Por isso, Londres culpa Moscou pela ação, mas os russos negam participação no episódio.
O caso deu início a uma disputa diplomática entre o governo de Vladimir Putin e o Ocidente. Diversos países que apoiam o Reino Unido, como os Estados Unidos e os membros da União Europeia, expulsaram diplomatas russos de seus países, como Londres já tinha feito.
Em resposta, a Rússia também expulsou os diplomatas estrangeiros de seu território. Tanto autoridades britânicas quanto russas comemoram nesta terça (10) a saída de Iulia do hospital.
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