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Rosa María Payá, ativista e filha do opositor cubano assassinado pelo regime comunista Oswaldo Payá, se pronunciou através das redes sociais sobre a nova onda de protestos que está ocorrendo em Cuba, devido a atual crise que assola a ilha.
As manifestações contra o regime comunista eclodiram neste domingo (17) em Santiago de Cuba e se espalharam por diversas outras cidades do leste do país. Nos atos, a população clama por comida e eletricidade, enquanto entoa palavras de ordem como “nada os elegeu”, em referência aos governantes não eleitos que lideram o país.
Payá, por meio de declarações escritas no X (antigo Twitter), enfatizou que a solução para a crise cubana passa pelo fim da ditadura comunista.
“O povo tem isso claro: a saída da crise é a saída da ditadura”, escreveu ela, ecoando o sentimento dos manifestantes que exigem liberdade e o fim da opressão.
A ativista também responsabilizou diretamente o regime de Miguel Díaz-Canel e os irmãos Castro pela repressão e pelas condições precárias enfrentadas pelos cubanos.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) corroborou a posição que por anos foi defendida pela família de Payá ao concluir, em junho de 2023, que o regime cubano foi responsável pela morte dele e do também opositor Harold Cepero, em um claro ato de violação dos direitos fundamentais como à vida, liberdade e integridade pessoal.
A ONG Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) alertou nesta segunda que, sem mudanças políticas, econômicas e sociais imediatas, as manifestações que estão ocorrendo neste momento na ilha comunista podem terminar em tragédia.
Alejandro González Raga, diretor executivo do OCDH, criticou a promessa ilusória de um futuro melhor sob o regime atual, apontando para a corrupção e indiferença que levaram ao caos vivenciado pela população.
"A população cubana viveu décadas enganada com a promessa de um futuro melhor que não chegou e não chegará, devido à incapacidade do sistema para gerá-lo. A isso se soma a corrupção generalizada e a indiferença diante do sofrimento alheio, que resultaram na situação caótica em que vivemos. Meio século de fracassos deveria ser suficiente", afirmou González Raga.
"O Observatório Cubano de Direitos Humanos responsabiliza o governo cubano pelas situações que possam surgir devido às suas ações repressivas contra a população. Da mesma forma, responsabiliza aqueles que apoiam o regime de Havana nas instituições internacionais e nos governos democráticos, pois contribuem para a manutenção de um status quo que se estende por mais de meio século e sufoca e continua a extorquir o sofrido povo cubano", acrescentou ele.