O congressista republicano eleito George Santos admitiu que mentiu sobre sua experiência de trabalho e formação educativa para “embelezar” seu currículo enquanto concorria ao cargo por um distrito de Nova York, mas ressaltou que não pretende renunciar.
Vários dias depois que o jornal The New York Times publicou uma investigação sobre o assunto, Santos, o primeiro republicano abertamente gay a ser eleito para o Congresso dos EUA e filho de brasileiros, reconheceu que mentiu em uma entrevista ao New York Post.
“Meus pecados aqui estão embelezando meu currículo. Sinto muito”, disse Santos na segunda-feira (26), confessando que “nunca” havia trabalhado diretamente para o Goldman Sachs ou o Citigroup, como havia dito.
O congressista de 34 anos também admitiu que nunca se formou em nenhuma universidade, apesar de ter afirmado anteriormente ter recebido um diploma da nova-iorquina Baruch.
“Não me formei em nenhuma instituição de ensino superior. Tenho vergonha e lamento por embelezar meu currículo”, reiterou. “Fazemos coisas estúpidas na vida”, acrescentou.
Santos também foi acusado de mentir sobre sua mãe, dizendo que ela era judia e que seus avós escaparam dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Santos agora diz que é “claramente católico”, mas afirmou que sua avó contou histórias sobre ser judia e depois se converteu ao catolicismo, segundo informou o New York Post.
“Eu nunca aleguei ser judeu”, garantiu Santos. “Sou católico. Como descobri que minha família materna era de origem judaica, disse que era 'judeu'.”
Santos inicialmente rechaçou a investigação do The New York Times, tachando-a como “difamação”, e depois prometeu contar sua história e responder a todas as perguntas, de acordo com mensagens em sua conta no Twitter.
Nos últimos dias, o congressista latino tornou-se alvo de comentários e piadas nas redes sociais que colocam em dúvida tudo o que disse.
Santos, porém, está determinado a cumprir o mandato de dois anos como novo congressista dos EUA a partir de janeiro próximo, por considerar que não é um “criminoso” e que suas mentiras nada têm a ver com suas propostas de campanha.
“[Essa polêmica] não vai me impedir de ter um bom desempenho legislativo”, disse o congressista, que representará o terceiro distrito de Nova York, com sede em Long Island e Queens.