O deputado nacional Maximo Kirchner renunciou ao posto de líder do governo de Alberto Fernández na Câmara da Argentina nesta segunda-feira (31), por discordar de um acordo de refinanciamento da dívida de mais de US$ 44 bilhões que o país tem junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciado na semana passada.
Kirchner, que é filho dos ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner (atual vice-presidente), divulgou uma carta pública em que alegou que “esta decisão decorre de não concordar com a estratégia e, muito menos, com os resultados alcançados na negociação com o Fundo Monetário Internacional”. Fernández informou que o substituto deve ser anunciado nesta terça-feira (1º).
A ala kirchnerista do peronismo vinha criticando os rumos da negociação com o FMI, e antes do acordo, cujas discussões se arrastaram desde o início do mandato de Fernández, o deputado Leopoldo Moreau, próximo de Cristina, declarou em uma entrevista de rádio que havia a possibilidade de calote e que este não seria “o pior dos remédios”.
O acordo ainda precisa ter detalhes definidos e ser aprovado pelo Congresso argentino e pelo conselho executivo do FMI. Os kirchneristas criticam principalmente a exigência de equilíbrio fiscal a ser atingido até 2025, o que exigiria cortes em subsídios e programas sociais.