Ovidio Guzman, um dos filhos do narcotraficante mexicano Joaquin "El Chapo Guzman", afirmou sua inocência diante da Corte do Distrito de Chicago, nos Estados Unidos, onde foram apresentadas cinco acusações contra ele nesta segunda-feira (18), incluindo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Ovidio, também conhecido como "El Raton", é acusado de conspirar para distribuir drogas, fazer parte de um negócio criminoso, exportar narcóticos para os EUA, realizar transações financeiras com a receita de atividades ilegais e usar e portar armas de fogo ilegalmente.
Ele foi extraditado do México para os EUA na última sexta-feira (15), e esse foi seu primeiro comparecimento ao tribunal.
O jornal americano The Chicago Tribune disse que o acusado usava macacão laranja de presidiário e algemas nos tornozelos, enquanto ouviu a audiência por meio de um intérprete, mas conversou com a juíza responsável pelo caso, Sharon Johnson Coleman, claramente em inglês.
Se condenado, ele pode receber penas de prisão perpétua em duas acusações. De acordo com o jornal, a pena de morte foi excluída nas negociações de extradição com as autoridades mexicanas.
O tribunal proibiu o uso de telefones e outros aparelhos eletrônicos na audiência, que contou com forte presença policial, com ao menos oito agentes próximos ao réu e perto da porta, segundo o The Chicago Tribune.
A próxima apresentação de "El Ratón" à justiça está marcada para novembro.
Ovidio era um dos traficantes de drogas mais procurados de Washington por seu envolvimento no tráfico de fentanil e foi preso pelas autoridades mexicanas em janeiro.
Em abril, promotores americanos apresentaram acusações em três distritos federais diferentes contra ele e três de seus irmãos, por supostamente terem assumido a liderança do cartel de Sinaloa, após a prisão e posterior extradição de seu pai para os EUA.
O cartel de Sinaloa, de acordo com o governo americano, é a "organização de tráfico de drogas mais poderosa do mundo" e a principal responsável pela produção e fabricação de fentanil para distribuição nos EUA, onde a droga, considerada 50 vezes mais potente que a heroína, é "a principal causa de morte entre americanos de 18 a 49 anos".
A prisão de Ovidio no dia 5 de janeiro ocorreu dias antes da visita do presidente dos EUA, Joe Biden, ao México para a Cúpula de Líderes da América do Norte, embora o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, tenha negado qualquer conexão entre os dois eventos.
Nesta segunda-feira (18), Obrador disse que a extradição havia sido realizada para não dar pretextos "políticos" aos EUA, que vão realizar suas próximas eleições para presidente em novembro de 2024. (Com informações da Agência EFE)
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