A Justiça da Argentina começou a processar nesta terça-feira o filho de Emilio Massera, membro da junta militar que governou o país de 1976 a 1983, sob a acusação de formação de quadrilha para seqüestrar pessoas e roubar-lhes os bens enquanto estivesse desaparecidas.

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Eduardo Massera, detido desde 31 de maio devido a este delito, foi formalmente acusado pelo juiz federal Sergio Torres do crime de "privação ilegal de liberdade agravado por haver sido cometido com violência ou ameaas em concurso com extorsão e associação ilícita".

O juiz tenta provar que Eduardo Massera formou uma sociedade com civis e militares que possui terras na província andina de Mendoza, terras essas que pertenciam a pessoas seqüestradas durante o regime militar.

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Segundo grupos de defesa dos direitos humanos, 30 mil pessoas desapareceram durante a ditadura argentina.

O filho de Emilio Massera, que pode ser condenado à prisão perpétura devido ao crime, viu embargados bens avaliados em US$ 437 mil.

Torres afirmou que as vítimas escolhidas eram levadas à Escola de Mecânica da Marinha (Esma), em Buenos Aires, um dos maiores centros clandestinos de detenção da ditadura. Enquanto mantinham essas pessoas ali, os militares e civis falsificavam documentos para tirar-lhes os bens.

O pai de Eduardo, o ex-comandante da Marinha Emilio Massera, estava desde março com a prisão preventiva decretada devido ao seqüestro de bebês nascidos de maes mantidas em cárcere pelo regime militar. Mas acabou sendo libertado por não apresentar condioes mentais para ser julgado.

Emilio Massera, que formou junto com Jorge Rafael Videla e Orlando Agosti a primeira junta militar da última ditadura da Argentina, foi julgado e condenado à prisão perpétua em 1985 devido aos crimes cometidos. Mas o militar acabou sendo indultado pelo ex-presidente Carlos Menem (1989-1999).

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No entanto, continuou detido porque o crime de seqüestro de bebês de dissidente,criados por famílias de militares, não havia prescrevido e nem tinha sido objeto do indulto.