O filho de Muammar Kadafi, Saif al-Islam compareceu diante do tribunal na quinta-feira (17) pela primeira vez desde sua captura mais de um ano atrás, informou o Ministério Público da Líbia.

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O filho do ex-líder líbio estava no tribunal na cidade de Zintan, no oeste do país, onde está detido por ex-rebeldes, para enfrentar acusações relacionadas com a visita de uma advogada do Tribunal Penal Internacional (TPI) no ano passado.

"Ele é acusado de envolvimento com a delegação do TPI, que é acusada de levar papéis e outras coisas relacionadas com a segurança do Estado líbio" disse o porta-voz do Ministério, Taha Baara, à Reuters.

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A advogada do TPI, a australiana Melinda Taylor, foi presa e detida por três semanas após a reunião e, desde então, disse que sua detenção provou que Saif al-Islam não poderia receber um julgamento justo por crimes de guerra e ao invés disso deveria ser julgado em Haia.

Outro advogado de defesa do TPI disse que a audiência em Zintan --parte da Líbia onde as autoridades de Trípoli têm pouca influência-- foi pensada para intimidar o tribunal internacional.

"Esta é mais uma tentativa vergonhosa da Líbia para manipular e intimidar o TPI", disse Ben Emmerson, advogado de Abdullah al-Senussi, ex-chefe de espionagem de Kadafi, e que também é acusado.

"É uma prova verdadeira da necessidade urgente e imperiosa para o Conselho de Segurança (da Organização das Nações Unidas) impor sanções à Líbia por suas flagrantes, deliberadas e graves violações da resolução 1970 do Conselho de Segurança."

Essa resolução obriga a Líbia a cooperar com o tribunal, dizem os advogados, e caso o governo líbio não entregue Saif al-Islam, poderia resultar em uma denúncia ao Conselho.

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A Líbia quer processar o filho de Kadafi em casa, onde ele pode enfrentar a pena de morte, ao invés de entregá-lo ao TPI, onde ele só poderia receber uma sentença de prisão.

O porta-voz líbio Baara disse que o tribunal de Zintan seria convocado novamente em 2 de maio.