Os governos da França e da Líbia estariam negociando uma saída para o impasse político e militar líbio, que já dura quatro meses. A revelação foi feita na segunda-feira por Saif al-Islam Kadafi, filho de Muamar Kadafi e um dos líderes do regime, em entrevista ao jornal argelino El-Khabar. Segundo Islam, emissários estão em contato com Paris para acertar o cessar-fogo, que seria cumprido pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão que agrupa os insurgentes.

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Islam é considerado na Líbia o herdeiro político de Kadafi. De acordo com o filho do ditador, as negociações tiveram início com os rebeldes do CNT, mas foram assumidas pelo governo francês por uma exigência do presidente Nicolas Sarkozy. As conversas teriam começado no Cairo, Egito, por meio de um emissário do regime e de representantes de Paris. "Sarkozy disse a nosso enviado: ‘Criamos o CNT e, sem o apoio da França, o dinheiro e as armas, ele não existiria’", disse Islam. "Todas as negociações devem passar pela França."

Ainda conforme o filho de Kadafi, o governo francês tem "interesses comerciais na Líbia" e, em troca de apoio, o CNT deverá assinar no futuro contratos com companhias francesas, como a Total, multinacional do petróleo, e a Dassault, fabricante dos aviões de caça Rafale.

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Islam disse que sua família não recuará e garantiu que o regime está pronto para organizar eleições livres, sob supervisão internacional, e criar uma Constituição, algo que o país não tem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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