Misrata - Em um sinal de que os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) podem estar fazendo efeito, o regime de Muamar Kadafi admitiu ontem pela primeira vez uma solução negociada para o conflito na Líbia.
Saif al Islam Kadafi, um dos filhos do ditador, propôs a realização de eleições democráticas supervisionadas por órgãos internacionais em três meses.
Porém os Estados Unidos afirmaram que já é tarde para o ditador tentar uma saída negociada do poder.
"Eleições rapidamente e com supervisão internacional. Esse é o único modo indolor para acabar com o impasse na Líbia", disse Saif al Islam em entrevista publicada ontem no jornal italiano Corriere della Sera.
Ele propôs ainda que o pleito seja realizado em três meses ou, no máximo, até o fim deste ano.
O governo líbio aceitaria como observadores internacionais representantes da ONU, da União Europeia, da União Africana e até da Otan.
Saif al Islam, que antes do conflito era cotado para substituir Kadafi, disse que uma derrota eleitoral do ditador é improvável.
"A grande maioria dos líbios está com o meu pai e vê os rebeldes como fanáticos integralistas islâmicos". Disse, porém, que o regime nos moldes atuais "está morto".
Washington rejeitou a proposta. "É um pouco tarde para qualquer proposta de Kadafi e seus assessores para uma mudança democrática", afirmou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
A Espanha, por sua vez, expulsou o embaixador líbio em Madri, afirmando que o regime de Kadafi não tem mais legitimidade.
Outro indício de que Kadafi procura uma saída negociada da guerra civil é que, pela primeira vez, representantes do regime líbio teriam participado de uma negociação direta com os rebeldes.
O encontro teria ocorrido em Paris e terminado na quarta-feira, segundo o diplomata Mikhail Margelov, enviado pelo governo russo para negociar a paz na Líbia. Ele disse ter sido informado da negociação pelo premiê líbio Baghdadi Al-Mahmoudi.
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