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Nicolás Petro Burgos, filho do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta quinta-feira (3) em uma audiência perante a Procuradoria-Geral do país que a campanha presidencial da coalizão Pacto Histórico, que levou seu pai ao poder, recebeu fundos ilegais que não foram registrados nas contas do Conselho Nacional Eleitoral colombiano.
Após a audiência realizada em Bogotá, capital do país, o promotor Mario Burgos compartilhou detalhes sobre as alegações feitas por Nicolás Petro. De acordo com o promotor, Nicolás mencionou que os fundos ilegais enviados para a campanha vieram de diversas fontes, incluindo o ex-contrabandista e narcotraficante Samuel Santander Lopesierra, conhecido como "Hombre Marlboro", Alfonso "el Turco" Hilsaca, investigado por estar envolvido em um homicídio, e Oscar Camacho, um empresário colombiano.
O promotor Burgos destacou que esses fundos teriam sido utilizados diretamente para financiar a campanha presidencial do Pacto Histórico e, em alguns casos, teriam excedido os limites permitidos por lei.
Além disso, o procurador enfatizou que Nicolás Petro admitiu ter retido parte desses fundos para si mesmo, contribuindo, assim, para um aumento injustificado em seu patrimônio pessoal.
A audiência de Nicolás começou na terça-feira (1º) e foi marcada por reviravoltas, uma vez que inicialmente ele não havia aceitado as acusações. Posteriormente, ele concordou em colaborar com a Justiça e revelar novos detalhes sobre o suposto financiamento ilegal da campanha.
Isso resultou na suspensão temporária da audiência para permitir as negociações entre o Ministério Público e Nicolás Petro. A audiência então foi retomada nesta quinta-feira, quando foram feitas as novas revelações.
Na quarta-feira (2), Gustavo Petro também gerou um grande debate ao enviar a lista tríplice de candidatos ao posto de procurador-geral da Colômbia à Suprema Corte de Justiça do país. Na carta, ele pediu que a corte considerasse nomear um procurador especial para conduzir as investigações envolvendo membros de sua própria família, a fim de evitar “questionamentos sobre a imparcialidade das investigações”.