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Nicolás Petro e o pai, Gustavo Petro
Nicolás Petro e o pai, Gustavo Petro| Foto: Reprodução/Twitter

O Ministério Público da Colômbia anunciou nesta terça-feira (1º) que Nicolás Petro Burgos, filho mais velho do presidente colombiano, Gustavo Petro, foi acusado formalmente de crimes de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.

Durante a audiência pública de indiciamento na capital da Colômbia, Bogotá, o procurador Mario Burgos apresentou detalhes sobre os gastos e a renda de Nicolás Petro, que atualmente é deputado na assembleia do departamento do Atlântico.

Segundo o Ministério Público, as contas bancárias de Nicolás Petro foram minuciosamente examinadas e ficou evidente, segundo o órgão acusador, que suas despesas excederam “significativamente” seus rendimentos legítimos nos últimos dois anos.

Burgos levantou questões sobre a origem de aproximadamente 1,6 bilhão de pesos colombianos (US$ 399 mil) gastos por Nicolás nos últimos meses, sendo que seu salário de deputado regional é de aproximadamente 13 milhões de pesos colombianos por mês (cerca de US$ 3,2 mil). O filho do presidente não possui outras fontes de renda oficialmente declaradas.

Durante a audiência, o procurador destacou que a única fonte de renda declarada por Nicolás Petro, seu salário como deputado, “não justifica os gastos extravagantes que ele teve nos últimos anos”.

"Você não tem, e foi demonstrado, nenhuma outra atividade econômica que gere renda; em suas declarações de imposto de renda apresentadas para os anos de 2020 e 2021, você apenas declarou que tem renda derivada de seu trabalho como deputado", afirmou Mario Burgos.

Além de Nicolás, sua ex-mulher, Daysuris Vásquez, também foi detida no âmbito da investigação. Ela alegou à revista Semana que o filho do presidente recebeu dinheiro ilegal para a campanha do pai, mas que a quantia foi desviada para aumentar o patrimônio pessoal de Nicolás, em vez de ser utilizada na campanha política da coalizão Pacto Histórico.

O procurador Mario Burgos enfatizou que o patrimônio do acusado não é resultado de seu trabalho legítimo como deputado, mas sim de supostos rendimentos clandestinos e irregulares obtidos de 2021 até o final de 2022.

O caso tem gerado grande repercussão na Colômbia desde a prisão de Nicolás no último sábado (29) e colocado em xeque o governo do seu pai, Gustavo Petro.

Até o momento, o presidente não se pronunciou oficialmente sobre as acusações formais contra seu filho. No dia da prisão de Nicolás, o presidente afirmou que não iria interferir no processo de investigação e que esperava que ele fosse conduzido de forma justa e transparente.

Após o seu indiciamento formal, Nicolás Petro afirmou que irá colaborar com a Justiça colombiana.

"Quero anunciar à Colômbia que decidimos iniciar um processo de colaboração, no qual me referirei a novos fatos e situações que ajudarão a Justiça. Faço isso pela minha família e pelo meu bebê que está a caminho", declarou ele na audiência.

A decisão de "iniciar um processo de colaboração com a administração da Justiça" nas palavras de um dos seus advogados, José David Teleki, foi tomada durante uma pausa para almoço e anunciada no reinício da audiência, ainda nesta tarde.

Mario Burgos afirmou que a partir de agora “Nicolás Fernando Petro Burgos, acompanhado de sua equipe jurídica, vai ao Ministério Público denunciar novos atos de corrupção" e "denunciar novas pessoas que estão envolvidas em atos de corrupção que não são de seu conhecimento exclusivo”. (Com Agência EFE)

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