O misterioso dirigente norte-coreano Kim Jong-il nomeou seu filho mais novo para o posto de general do Exército, disse a imprensa estatal na madrugada de terça-feira (tarde de segunda no Brasil), numa notícia interpretada como o primeiro passo para a sucessão dinástica no regime comunista.
Especula-se que Kim Jong-il, de 68 anos, tenha sofrido um derrame em 2008, mas especialistas duvidam que ele se aposente tão cedo, já que o herdeiro presuntivo Kim Jong-un, que não tem nem 30 anos de idade, é jovem e inexperiente demais.
Pouco se sabe sobre o caçula do "Estimado Líder", exceto que nasceu em 1983 ou 84 e estudou na Suíça.
Kim, segundo informe da agência estatal de notícias KCNA, também concedeu a patente de general à sua irmã, Kyong-hui, vista como uma aliada de Kim Jong-un.
As nomeações foram noticiadas horas antes do início de uma rara reunião do Partido dos Trabalhadores (comunista), que segundo analistas dará início ao processo de sucessão.
Potências regionais ficarão atentas à convenção, a maior do regime em 30 anos, por causa das mudanças que ela pode implicar para o país, que apesar das suas dificuldades econômicas tem material suficiente para construir seis a oito armas nucleares.
Analistas temem que o eventual colapso do regime cause turbulências internas, tensões militares e uma onda de refugiados para países como China, Japão e Coreia do Sul, que juntos são responsáveis por quase 20 por cento da economia mundial.
"Caso a conferência em si abra as portas para uma mudança ordenada na liderança e a uma reforma econômica de uma forma ou outra, vemos um grande benefício econômico subjacente em longo prazo para uma economia coreana unida", disse o codiretor de pesquisas do Goldman Sachs em Seul, Goohoon Kwon.
"O atual risco norte-coreano pode ser visto por seus aspectos negativos, mas o potencial para uma economia coreana unida no futuro oferece lados positivos para médio e longo prazo."
Na última conferência geral do partido, há 30 anos, Kim, então com 38 anos, assumiu oficialmente cargos que o transformariam em sucessor do pai, Kim Il-sung, o fundador da República Popular Democrática da Coreia (do Norte).
Caso Kim Jong-il morra repentinamente, Kim Jong-un seria assessorado por pessoas de confiança da família, que nos últimos meses têm recebido cargos no partido e nas Forças Armadas.
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