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Mar do Sul da China

Filipinas acusam China de disparar canhões de água contra navios em área marítima disputada

Navio da Guarda Costeira Chinesa lançando canhões de água contra os navios das Filipinas (Foto: Reprodução/Facebook/Philippine Coast Guard)

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As Filipinas acusaram no domingo (6) navios da Guarda Costeira chinesa de realizar "manobras perigosas" e disparar canhões de água contra os seus navios, que são menores.

O incidente ocorreu enquanto os navios da Guarda Costeira filipina escoltavam embarcações que transportavam suprimentos para as tropas do país que estão estacionadas no Banco de Areia de Ayungin, conhecido como Banco Second Thomas pelas Filipinas e como Recife Renai pela China.

A Guarda Costeira das Filipinas divulgou um comunicado condenando as ações da Guarda Costeira da China, alegando que as manobras colocaram em risco a “segurança das tripulações filipinas” e classificando o uso de canhões de água como “ilegal”.

O governo filipino entregou nesta segunda-feira (7) uma nota diplomática de reclamação à embaixada chinesa em Manila, capital do país, reafirmando sua posição territorial e pedindo o fim das atividades consideradas “infratoras”.

As tensões no Mar do Sul da China não são novidade. Manila chama a área de Mar das Filipinas Ocidental, mas a China reivindica soberania sobre grande parte da área, incluindo o arquipélago Spratly, conhecido por Pequim como Nanshas e que é disputado também por Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan.

Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem Internacional em Haia decidiu a favor das Filipinas, afirmando que a China não tinha base legal para reivindicar direitos históricos sobre a maior parte do Mar do Sul da China. No entanto, a China se recusou a reconhecer essa decisão.

O incidente do fim de semana gerou repercussão internacional. Os Estados Unidos expressaram apoio às Filipinas e reiteraram seu compromisso de defesa mútua, conforme estabelecido no Tratado de Defesa Mútua EUA-Filipinas de 1951.

Aliados dos Estados Unidos, incluindo Austrália, Japão, Alemanha e Canadá, também condenaram as ações da China, classificando-as como "perigosas" e "provocadoras".

Analistas acreditam que o incidente pode acelerar os planos das Filipinas, Estados Unidos, Austrália e Japão de realizar patrulhas conjuntas no Mar do Sul da China, numa tentativa de conter as ações dos chineses na região e preservar a “liberdade de navegação”.

Collin Koh, pesquisador da Escola S. Rajaratnam de Estudos Internacionais em Singapura, disse à CNN americana que o incidente também pode representar uma escalada no confronto sino-filipino pela área disputada.

Por sua vez, a China acusou os filipinos de invadir “ilegalmente as águas adjacentes ao Renai Reef nas Ilhas Nansha da China” e prometeu continuar realizando atividades de “aplicação da lei na região”.

Também nesta segunda, por meio de um comunicado, a Guarda Costeira chinesa acusou Manila de tentar “ocupar permanentemente o território soberano chinês” no domingo.

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