A revogação da lei de anistia no Uruguai, aprovada anteontem pelo Senado, provocou na quarta uma divisão na Frente Ampla, a coalizão de centro-esquerda que governa o país. A "Lei de Caducidade Punitiva do Estado" isentava os militares de serem julgados por crimes cometidos durante a ditadura (1973- 1985).
A revogação foi aprovada por 17 votos a 16 graças ao voto contrário do senador Aparício Saravia, único parlamentar da Frente Ampla que não respaldou o projeto de lei. Ele foi punido com a expulsão do Espaço 609, grupo que integra a coalizão.
Outra figura emblemática da Frente Ampla, o ex-líder guerrilheiro Eleutério Fernández Huidobro, classificou a decisão de "erro monumental". Ele era um dos principais parlamentares que apoiavam o presidente José Mujica. Fundador do grupo guerrilheiro Tupamaros, nos anos 60, o senador disse ter votado a favor da revogação apenas por disciplina partidária.
Já o deputado Felipe Michelini, filho do senador Zelmar Michelini, assassinado em Buenos Aires em 1976, considerou a votação de terça-feira "histórica". "É preciso eliminar essa lei definitivamente do ordenamento jurídico uruguaio", disse.
O presidente José Mujica prometeu não vetar a revogação, caso ela passe na Câmara, por respeito às decisões do Congresso. "Sou contra os vetos presidenciais, por princípio", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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