Paris Os sindicatos de trabalhadores franceses nos transportes públicos ferroviários votaram ontem por manter a greve hoje e amanhã, contra o projeto do presidente Nicolas Sarkozy de eliminar benefícios nas aposentadorias de categorias profissionais como maquinistas e ferroviários. Mas o impacto do movimento foi menor ontem, já que 68% dos trabalhadores da rede ferroviária francesa trabalharam, acima dos 40% que compareceram ao serviço na quarta-feira. Apenas duas linhas do metrô parisiense ficaram totalmente fechadas.
Um sindicato de maquinistas, o CFDT-Cheminots, pediu ontem o final da greve, em outro sinal que o protesto se enfraquece.
O sindicato "pode perceber que o movimento perde força," disse o líder do CFDT-Cheminots, Arnaud Morvan, que pediu por outra greve em 20 de dezembro. Agora, disse Morvan, "chegou a hora de negociar."
O operador nacional do sistema ferroviário, a Société Nationale Chemins de Fer (SNCF), informou que ontem entraram em serviço 260 trens de alta velocidade, menos que os 600 a 700 veículos que entram em serviço em um dia comum, mas bem mais que os 150 postos em serviço na quinta-feira. As rodovias ficaram ontem apenas um pouco mais movimentadas que em um dia comum, informou o operador nacional de rodovias. Os sindicatos de ferroviários da SNCF pedem que o governo abra as negociações para acabar com a greve.
O diretor-executivo da SNCF, Guillaume Pepy, disse ontem que "alguns grevistas incontroláveis ou elementos de fora do sistema bloquearam algumas linhas, ao provocarem incêndios." Ele chamou esse atos de "escandalosos e totalmente inaceitáveis".
Vários sindicatos de trabalhadores da SNCF e da autoridade de tráfego da região metropolitana de Paris, a Régie Autonome des Transports Parisiens (RATP) que administra o metrô, trens de subúrbio e ônibus concordaram em votação em levar a greve até segunda-feira, informaram funcionários dos sindicatos.