Dois funcionários do Ministério Público colombiano foram sequestrados, neste final de semana, no sudoeste do país pelo Estado-Maior Central (EMC), maior facção das dissidências das Farc.
Os próprios rebeldes confessaram o crime, afirmando que os funcionários estavam em uma zona rural do município de Santander de Quilichao, departamento de Cauca, quando foram surpreendidos pelos criminosos.
A Procuradoria-Geral da República confirmou que dois de seus funcionários do Corpo Técnico de Investigações (CTI) foram sequestrados e o MP informou que uma terceira pessoa também teria sido retida. Os órgãos públicos condenaram a ação, dizendo ser uma "inaceitável” e pediram “respeito à vida e integridade” das vítimas.
As vítimas foram identificadas como María Yeni Ruíz, uma mulher que viajava em uma van pelo setor conhecido como Quinamayo em Santander de Quilichao; e os dois funcionários do MP são Bethy Amanda Mage Imbachi e Gerzón Rene Rivera Fernández.
Protestos contra Petro
Além da ação criminosa, divulgada no final de semana, milhares de colombianos foram às ruas de Bogotá neste domingo (21), enfrentando a chuva, para manifestar descontentamento com o governo do presidente Gustavo Petro, especialmente em relação ao setor de saúde e sua intenção de convocar uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição.
A maior passeata da capital colombiana foi a do Parque Nacional, que, depois de avançar pela Carrera Séptima, chegou à Praça Bolívar, no centro da cidade, lotada, e onde, depois de alcançar seu objetivo, os manifestantes começaram a sair cantando o hino nacional.
As autoridades locais estimam que havia cerca de 45 mil pessoas na manifestação, de modo que vários grupos que chegaram à praça permaneceram nas proximidades esperando que os que tinham chegado mais cedo saíssem para que pudessem tomar seu lugar. Em outras partes da cidade, também havia uma multidão vestidas com camisas brancas ou da seleção colombiana de futebol gritado contra Petro e seu modo de governar.
De todos os setores
"Fora Petro", gritava uma porção dos manifestantes enquanto agitava bandeiras da Colômbia e faixas com frases como "É hora de nos unirmos, salvar a Colômbia", "Governo do progressismo que levou a Venezuela à ruína" e "A saúde é de todos, a saúde está em risco".
A mobilização, chamada de "Marcha dos jalecos brancos", foi convocada pela Associação Colombiana de Cirurgia e posteriormente unida à Associação Colombiana de Sociedades Científicas (ACSC), que representa 69 organizações de médicos especialistas, além de milhares de pessoas de diferentes setores.
Em outras avenidas, motoristas de caminhão protestaram contra o aumento dos preços da gasolina, do gás e do diesel e a recusa do governo em ouvir suas reivindicações.
"Petro queria ver o constituinte primário nas ruas? Aí está. Há centenas de milhares de pessoas que o rejeitam e o lembram de que ele é ilegítimo por ter chegado ao poder com o apoio de criminosos e traficantes de drogas", escreveu a senadora María Fernanda Cabal, do partido oposicionista e ubibista Centro Democrático.
Por sua vez, o vereador e ex-candidato a prefeito de Bogotá, Juan Daniel Oviedo, disse que "o que está sendo visto aqui é que essa passeata e seu inconformismo são inegáveis".
"Esta é a verdadeira mudança que o país merece, porque queremos líderes preparados, que tomem decisões com base em evidências, mas, acima de tudo, que nos ouçam", argumentou.
Ao contrário de outros domingos, quando ficam quase desocupadas, as estações do sistema de transporte público Transmilenio estavam lotadas de pessoas indo para os diferentes locais de manifestação.
Da mesma forma, em alguns bairros houve concentrações em parques onde as pessoas se manifestaram contra Petro e suas decisões sobre assuntos governamentais, como a de não permitir a continuação da exploração de petróleo e gás, atividades que proporcionam ao governo milhões em receita para financiar programas sociais.
Em termos de número de pessoas, esta é a maior manifestação contra Petro, que está no cargo há menos de dois anos. As últimas manifestações foram realizadas em 6 de março e, naquele dia, o chefe de Estado as descreveu como manifestações "daqueles que não querem mudar o país".
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