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O governo da Finlândia anunciou nesta terça-feira (28) o fechamento total da sua fronteira com a Rússia a partir de quinta-feira (30) para evitar que refugiados continuem a chegar através do território russo.
O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, afirmou em coletiva de imprensa que o fechamento do posto fronteiriço Raja-Jooseppi, o único dos oito que permanecia aberto, é uma medida “necessária e proporcional”.
“Não podemos aceitar as atividades de interferência da Rússia”, disse Orpo, justificando a decisão.
Uma vez em vigor, não será possível pedir asilo na fronteira terrestre com a Rússia, a mais longa da União Europeia com 1.340 quilômetros. Com a decisão, só será permitido fazer a solicitação pelos portos e aeroportos internacionais do país nórdico.
O governo finlandês sustenta que o aumento acentuado de refugiados que chegam à sua fronteira oriental se deve a um "ataque híbrido" de Moscou que visa desestabilizar o país após sua recente entrada na Otan e por seu apoio determinado à Ucrânia na guerra com a Rússia. “A Rússia causou esta situação e também pode acabar com ela”, disse o primeiro-ministro finlandês.
De acordo com as autoridades de imigração, cerca de 900 requerentes de asilo de terceiros países chegaram à Finlândia vindos da Rússia apenas em novembro, uma cifra 30 vezes maior do que a habitual, apesar do fechamento de sete dos oito postos fronteiriços nas últimas duas semanas.
O fluxo reduziu bastante desde a última sexta-feira (24), quando todos os postos fronteiriços, exceto o mais setentrional e mais remoto, foram fechados.
“A questão não é o número de refugiados que chegam, mas as razões de sua chegada”, declarou a ministra do Interior finlandesa, Mari Rantanen, na mesma coletiva de imprensa.
Rantanen, do partido de direita Verdadeiros Finlandeses, afirmou que o fechamento total da fronteira não é uma questão de política de asilo ou de imigração, mas de segurança nacional. “A Finlândia é alvo de uma operação híbrida russa”, reiterou Rantanen, garantindo que o Executivo finlandês está preparado para que Moscou continue e até intensifique sua interferência externa, apesar do fechamento da fronteira comum. (Com Agência EFE)