Curitiba As pessoas muitas vezes não se dão conta do quanto a ciência está presente no dia-a-dia. As informações que constam nos rótulos de garrafa mineral, por exemplo, parecem complicadas de se entender. Será que o consumidor compreende as informações do rótulo?, questiona o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Luís Carlos Menezes, que esteve esta semana em Curitiba para participar do Café com Ciência, evento promovido pelo Sesc da Esquina. "Por que no rótulo da garrafa mineral está indicada a condutividade elétrica? Simples, se a água fosse pura, não seria condutora de eletricidade."
Na palestra A Ciência Nossa de Cada Dia: Saberes e Sabores, Menezes também falou sobre o uso de freqüência de rádio em vez de infra-vermelho. "Compreender essa linguagem ajuda a viver melhor. Não é pelo simples saber." O físico explica o porquê do uso do infravermelho em controles remotos. Se usassem rádio freqüência, haveria uma "guerra de canais" nos edifícios. "Toda vez que você trocasse de canal, mudaria de todos os seus vizinhos também."
A radiação emitida pelo microondas é diferente daquela das telecomunicações, diz Menezes. "Por que o vidro do microondas não deixa passar radiação? A tela metálica barra a radiação." O ultravioleta, Raio X e raios gama podem quebrar ligações químicas do corpo humano, comenta Menezes. "O ser humano é feito de delicadas ligações químicas."
Para Menezes, as pessoas precisam saber como saborear este conhecimento, disse o físico. "Saber interpretar o céu é um grande prazer", afirma. Ele cita que a luz da Lua é a luz solar um segundo atrás, tempo gasto na viagem do reflexo à Terra. As pessoas precisam ter consciência da presença da ciência no cotidiano e saber como usá-la para tomar decisões e assim apreciar melhor a vida, defende. Além de uma boa escolarização de base, os educadores precisam ensinar ciência de uma forma mais apaixonante e próxima dos alunos, diz Menezes. "Os espaços públicos, como metrô e estações de ônibus, podem servir como ambiente educativo", sugere.
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