Um físico nuclear que trabalhava no maior acelerador de partículas do mundo foi detido sob suspeita de ligação com o braço argelino da Al-Qaeda. Trata-se de mais um problema para o projeto que tem sofrido uma série de defeitos e foi fechado após uma grande falha elétrica no ano passado.

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O cientista, detido na França, é suspeito de ter ligações com o grupo Al-Qaeda no Magreb Islâmico, braço do grupo terrorista no norte da África, que realizou uma forte campanha contra forças de segurança argelinas nos últimos meses, disse um funcionário francês, em condição de anonimato, nesta sexta-feira.

O representante do Judiciário disse que o suspeito é um dos dois irmãos detidos na quinta-feira na cidade francesa de Vienne, localizada a 33 quilômetros do sul de Lyon.

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O cientista foi designado para analisar projetos sob contrato no laboratório desde 2003 e era um dos mais de 7 mil cientistas que trabalham no Grande Colisor de Hárdons, o maior acelerador de partículas do mundo, disse a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear, conhecida como Cern.

O físico não teve contato com nada que pudesse ser usado para fins terroristas, afirmou a instituição. "Nenhuma de nossas pesquisas tem potencial para aplicação militar e todos os nossos resultados são publicados abertamente e são de domínio público", disse o Cern em comunicado.

O experimento LHCb, onde o físico detido trabalhava, é o menor de uma série de instalações ao longo do túnel circular de 27 quilômetros de diâmetro construído sob a fronteira entre a França e a Suíça.

Os detidos são franceses e têm idades entre 25 e 32 anos, informou a polícia. As prisões são parte da investigação de um juiz francês sobre ligações suspeitas de terrorismo. A polícia fez buscas nos apartamentos dos suspeitos e apreendeu seus computadores.

A Al-Qaeda no Magreb Islâmico geralmente tem como alvo forças do governo argelino e ocasionalmente ataca estrangeiros.

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O colisor teve um início espetacular em setembro de 2008 com raios de partículas voando nas duas direções no primeiro dia de testes. Mas ainda naquele mês um problema elétrico, decorrente de uma falha de construção, fez com que a instalação fosse fechada. Desde então, ela vem passando por reparos.

A porta-voz Renilde Vanden Broeck disse que não havia indicação de sabotagem no fechamento da instalação e que o homem detido deve ter tido acesso apenas ao pequeno experimento no qual trabalhava e não ao túnel.

O escritório da promotoria da região de Isère disse que o caso foi transferido para a seção antiterrorismo do escritório da promotoria de Paris.

Muitos dos cientistas do laboratório, independentemente de serem funcionários da organização ou de outros institutos ao redor do mundo, vivem na França. Cerca de metade das operações estão em território francês.

A organização de pesquisa nuclear informou que o suspeito era afiliado a um instituto externo. O laboratório informou que está fornecendo as informações solicitadas pela polícia francesa.

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