Ouça este conteúdo
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta quinta-feira (13) a oitava revisão do acordo com a Argentina, o que permite um desembolso imediato de aproximadamente US$ 800 milhões para o país (cerca de R$ 4,2 bilhões).
O órgão financeiro disse em um comunicado que esse desembolso "apoiará os esforços das autoridades para restaurar a estabilidade e fortalecer a viabilidade externa da Argentina".
O total de desembolsos sob o acordo do Fundo com a Argentina chega a cerca de US$ 41,4 bilhões (R$ 222 bilhões).
O FMI enfatizou que, ao concluir a revisão, "a diretoria executiva considerou que o programa está firmemente no caminho certo, com todos os critérios quantitativos de desempenho até o final de março de 2024 cumpridos com margens".
A entidade também aprovou isenções de não conformidade para uma nova restrição cambial e múltiplas práticas cambiais no contexto de alguma flexibilização das restrições ao pagamento de dividendos.
Para manter o sólido progresso, de acordo com o FMI, "é necessário melhorar a qualidade do ajuste fiscal, iniciar medidas para melhorar a estrutura da política monetária e cambial e implementar a agenda estrutural".
Além disso, o órgão cobrou que o governo de Javier Milei mantenha "os esforços para apoiar os mais vulneráveis, ampliar o apoio político e garantir agilidade na formulação de políticas".
Em março de 2022, o então governo do peronista Alberto Fernández (2019-2023) assinou um acordo com o FMI para refinanciar um empréstimo de cerca de US$ 45 bilhões (R$ 241 bilhões) que o órgão havia concedido à Argentina em 2018, durante o mandato presidencial de Mauricio Macri (2015-2019).
O pacto inclui revisões trimestrais, como a que foi aprovada agora, sobre o nível de cumprimento das exigentes metas de disciplina fiscal, acúmulo de reservas monetárias e limites de emissão monetária.
O cumprimento dessas metas e a aprovação de cada revisão dependem da aprovação de novos desembolsos para a Argentina por parte da organização. O país usa os recursos para quitar sua dívida com a própria entidade, que era de US$ 40,8 bilhões no final de 2023.
Na terça-feira, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou que negociará um novo programa com o FMI após a oitava revisão da organização.
Em maio, o FMI destacou em um comunicado que a Argentina chegou a essa oitava avaliação com um "plano de estabilização" em que conseguiu alcançar o primeiro superávit fiscal trimestral em 16 anos, uma queda rápida da inflação e uma forte redução do risco soberano. (Com Agência EFE)