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Crise

FMI aprova empréstimo, mas cobra da Argentina políticas “mais fortes”

Supermercado em Buenos Aires: após inflação de 94,8% em 2022, país chega a uma variação de preços de três dígitos no indicador interanual. (Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni)

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) cobrou neste sábado um “pacote de políticas mais fortes” da Argentina para salvaguardar a estabilidade e considerou “essencial” cumprir a meta de déficit fiscal de 1,9% do PIB neste ano, a fim de combater a alta inflação. Esta foi a posição do conselho executivo do FMI depois de ter aprovado um saque de US$ 5,4 bilhões para a Argentina no dia anterior, elevando os saques totais para US$ 28,9 bilhões.

Gita Gopinath, vice-diretora administrativa do FMI, afirmou em comunicado que a situação econômica na Argentina “se tornou mais difícil” até agora neste ano devido à seca no país e explicou que, dada a “magnitude do choque climático”, se justificam alguns “ajustes” em baixa nas metas de acumulação de reservas. Contudo, ela opinou que “será necessário um pacote político mais robusto para salvaguardar a estabilidade e manter o papel de âncora do programa”. Gopinath disse também que o cumprimento da meta de déficit fiscal de 1,9% do PIB neste ano continua sendo “essencial” para resolver alguns dos problemas econômicos que a Argentina enfrenta, tais como uma inflação elevada, de 102,5%, a mais alta desde 1991.

O FMI tradicionalmente acompanha as decisões do seu conselho executivo, como a tomada na sexta-feira, com uma explicação como a dada por Gopinath no sábado. No entanto, ao contrário de outras ocasiões em que toda a informação é divulgada ao mesmo tempo, desta vez o processo decorreu em duas fases: uma primeira fase com breves parágrafos na sexta-feira, informando sobre o saque de US$ 5,4 bilhões, e uma segunda fase com as declarações de Gopinath.

Em 3 de março de 2022, o governo argentino chegou a um acordo com o FMI chamado Programa de Facilidades Estendidas, que permitiu ao país sul-americano reprogramar US$ 45 bilhões de dívidas contraídas com a organização em 2018, durante a presidência de Mauricio Macri.

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