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Guerra

“Fogo amigo” mata rebeldes na Líbia

Rebelde ferido por bombadeiro das forças da Otan chega a hospital de Ajdabiyah, no leste da Líbia | Youssef Boudlal/Reuters
Rebelde ferido por bombadeiro das forças da Otan chega a hospital de Ajdabiyah, no leste da Líbia (Foto: Youssef Boudlal/Reuters)

Tanto representantes da Or­­ganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) quanto integrantes dos grupos rebeldes confirmaram a morte de civis num ataque aéreo das forças ocidentais no oeste da Líbia, como havia adiantado a rede de televisão Al Jazeera.

Pelo menos dez rebeldes te­­riam morrido durante bombardeios na cidade líbia de Ajdabiya – a Al Jazeera mencionou inicialmente 13, mas elevou para 30 al­­gumas horas depois. Auto­­ridades municipais da região relataram, por enquanto, que nove rebeldes e quatro civis morreram nesses ataques, conforme as agências de notícias. Uma testemunha fala em 14 mortos, pelo menos.

A emissora acrescenta que outros sete membros das forças revolucionárias ficaram feridos ao serem atingidos enquanto viajavam a bordo de quatro veículos 4x4, no que parece ser um erro da aviação da Otan.

"Estamos examinando as in­­formações. Sempre nos preocupam as informações sobre baixa de civis. A missão da Otan é proteger civis e zonas civis da ameaça de ataque", afirmou o porta-voz da Aliança, Oana Lungescu.

A Otan não possui efetivos no território. Ainda segundo a Aliança, já foram realizado um total de 363 saídas de aviões, 184 delas relacionadas à identificação de objetivos, desde que assumiu a liderança das operações na Líbia, no dia 31 de março.

Apesar das vítimas, as forças rebeldes evitaram criticar a Alian­­ça. O porta-voz desses grupos em Benghazi, Mustafa Ghe­­riani, afirmou que o apoio aéreo e os bombardeios são necessários.

"Você tem olhar numa perspectiva mais ampla. Erros acontecerão. Nós estamos tentando tirar Kadafi e haverá baixas, embora, claro, isso não nos deixe felizes", disse ele.

Os aviões da Otan bombardearam também alvos na região de Brega, zona portuária e petrolífera ao oeste de Benghazi, acrescenta a emissora.

Esta informação foi confirmada por fontes governamentais líbias, que detalharam que os bombardeios alcançaram posições das forças fiéis ao líder líbio, Muamar Kadafi.

A intervenção aliada, indica a Al Jazeera, permitiu que as tropas rebeldes retomassem o controle de grande parte dessa cidade situada entre Benghazi, o reduto dos revolucionários, e Sirte, cidade natal de Kadafi.

Na semana passada, durante sua ofensiva rumo a Sirte, os re­­beldes retomaram o controle de Brega, assim como de Ajdabiya e Ras Lanuf, antes de perder suas conquistas pelo contra-ataque das forças de Kadafi.

Cessar-fogo

Na sexta-feira, o governo de Ka­­dafi rejeitou as condições impostas pelos rebeldes para um cessar-fogo, alegando que as tropas líbias não deixarão as cidades ocupadas, como exigido pela oposição.

"Eles estão nos pedindo para sair das nossas próprias cidades... Se isso não é loucura, não sei o que é. Não vamos deixar as nossas cidades", disse o porta-voz do governo, Mussa Ibrahim.

Os rebeldes na Líbia anunciaram também que estavam prontos para respeitar uma trégua desde que as forças pró-Kadafi suspendessem a ofensiva contra as cidades tomadas e se retirassem das que estão cercando.

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