Segurança
Pyongyang prepara novo teste nuclear, diz relatório sul-coreano
Folhapress
Em meio à tensão gerada pela proximidade do lançamento de um foguete da Coreia do Norte, um relatório divulgado ontem mostra que o país pode estar se preparando para um novo teste nuclear.
A conclusão é da inteligência sul-coreana, que, segundo a Associated Press, teria imagens de satélite mostrando que o regime de Pyongyang construiu um novo túnel em Punggye-ri, região onde foram realizados testes nucleares em 2006 e 2009.
"A Coreia do Norte está secretamente preparando um terceiro teste nuclear", diz o relatório.
Os EUA consideraram que tanto o lançamento do foguete como um teste nuclear seriam uma "provocação".
"Em ambos os casos, seria uma indicação da decisão da Coreia do Norte de não tomar os passos necessários para permitir o fim de seu isolamento", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Pyongyang já posicionou o foguete Unha-3 na base militar de Togchang-ri (noroeste). O regime comunista diz que seu objetivo é colocar em órbita um satélite de observação, mas EUA, Coreia do Sul e Japão acreditam que este é apenas um disfarce para um teste balístico.
O Japão ativou um sistema antimísseis no Centro de Tóquio a fim de interceptar o foguete que a Coreia do Norte deve lançar nos próximos dias caso sua trajetória represente um risco para a capital, informou ontem o Ministério da Defesa japonês.
Duas unidades dotadas de sistemas de mísseis terra-ar Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3) foram posicionadas nas instalações esportivas do Ministério da Defesa, que se encontra rodeado de casas e escritórios, como parte do plano de contingência japonês perante o lançamento do satélite de observação norte-coreano.
O perímetro no qual se encontram os mísseis, onde habitualmente soldados e funcionários do ministério realizam atividades esportivas, está protegido por membros do Exército e rodeado por uma cerca de arame farpado, segundo a Efe comprovou no local.
Um sistema similar também foi instalado nos arredores de Tóquio nas bases militares de Asaka e Narashino, nos municípios de Saitama e Chiba, respectivamente, assim como em diversas ilhas de Okinawa, sobre as quais deve voar o projétil norte-coreano, detalhou um porta-voz de Defesa.
O forte desdobramento japonês ocorre em um momento de tensão na região depois que Pyongyang anunciou sua intenção de pôr em órbita um satélite de observação terrestre mediante um foguete de longo alcance entre os dias 12 e 16 de abril.
O Japão anunciou ainda a mobilização de cerca de 800 soldados e caças F15 para oferecer cobertura à defesa marítima caso seja necessário.
As companhias aéreas japonesas Japan Airlines (JAL) e All Nippon Airways (ANA) anunciaram que desviarão a rota de seus voos à Indonésia, Filipinas e Cingapura desde a próxima quinta-feira perante o eventual lançamento do satélite norte-coreano.
As companhias aéreas modificarão para o oeste a rota habitual de nove voos internacionais para evitar a trajetória do satélite.
Vários países, entre eles Japão, Coreia do Sul e EUA, criticaram duramente o lançamento norte-coreano por considerar que é um teste encoberto de um míssil de longo alcance.
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