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Conflito

Foguetes caem no mar de Israel a 165 km de Gaza

Militantes palestinos lançaram novos foguetes contra Israel, demostrando um poder de fogo inédito no conflito | EFE/MOHAMMED SABER
Militantes palestinos lançaram novos foguetes contra Israel, demostrando um poder de fogo inédito no conflito (Foto: EFE/MOHAMMED SABER)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta quarta-feira intensificar os ataques contra o Hamas, depois que militantes palestinos lançaram novos foguetes contra Israel, demostrando um poder de fogo inédito no conflito. Segundo o jornal "Jerusalem Post", dois mísseis caíram no mar de Haifa, a 165 quilômetros da Faixa de Gaza, e sirenes de alerta aéreo soaram em Zichron Yaakov, com uma distância de 120 quilômetros do território controlado pelo grupo islâmico.

Nas imediações de Tel Aviv, cinco foguetes foram interceptados pelo sistema de defesa israelense Domo de Ferro. Jatos e navios israelenses, por sua vez, bombardearam outros 160 alvos do Hamas durante a noite de terça-feira.

Netanyahu, por meio de seu porta-voz, afirmou que o Hamas pagará um preço alto por atacar civis. De acordo com o premier, a operação militar "Limite Protetor", iniciada na segunda-feira, será ampliada e continuará até que o lançamento de foguetes contra cidades israelenses seja interrompido e o clima de tranquilidade retorne ao país. Até o momento, foram registrados mais de 400 ataques aéreos, elevando as tensões na região para o maior nível desde 2012, quando 170 palestinos e seis israelenses foram mortos.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, criticou duramente a operação durante uma reunião de gabinete em Ramallah, na Cisjordânia.

"É um genocídio; matar famílias inteiras é um genocídio realizado por Israel contra nosso povo", disse Abbas.

O governo israelense lançou a operação contra o Hamas em resposta ao disparo de projéteis de Gaza, intensificando os bombardeios na madrugada desta quarta-feira. Pelo menos 35 palestinos foram mortos e 300 ficaram feridos desde o início da ofensiva, segundo um porta-voz do Hamas. Mais cedo, os serviços de emergência de Gaza apontaram 27 mortos e cem feridos, incluindo duas mulheres, uma idosa de 80 anos, oito crianças, um pai e seu filho.

Os ataques aéreos de Israel atingiram 120 bases de lançamento subterrâneas e 10 túneis, além de uma base da polícia naval, escritórios de segurança interna e casas de oito membros sênior do Hamas que o Exército diz que serviram como centros de comando e foram usadas ??na coordenação do lançamento de foguetes.

Em um pronunciamento nesta quarta, Khaled Meshaal, líder do Hamas, voltou a negar a participação do grupo no sequestro e assassinato de três jovens israelenses no mês passado - o episódio que detonou a nova escalada de violência. Meshaal acusou Israel de usar o caso como desculpa para atacar Gaza e condições para o cessar-fogo o fim da ofensiva, a libertação de prisioneiros e o respeito a um governo de unidade palestino.

"Gaza e seu povo estão sendo destruídos", declarou. "A resistência palestina não tem outra alternativa senão responder".

De acordo com as Forças de Defesa israelenses, mais de 170 foguetes foram disparados em Israel a partir de Gaza nas últimas 24 horas, fazendo com que as sirenes soassem em todo o país pela primeira vez desde 2012. Moradores ficaram em alerta e dirigiram-se para abrigos antiaéreos. Não houve relatos de mortes, somente um ferido em Zichron Yaakov. A rodovia de Kibbutz Erez foi fechada, com as forças de segurança dizendo que houve um "incidente terrorista", sem dar mais detalhes.

Dos 40 projéteis palestinos disparados somente nesta quarta-feira, oito foram interceptados pelo Domo de Ferro. Mísseis foram lançados em direção ao aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. A cidade já havia sido alvo no dia anterior, assim como Jerusalém e Hadera.

A ofensiva militar ocorre num momento de crescentes tensões entre Israel e palestinos após o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses, que Israel culpou o Hamas, e a morte de um jovem palestino, que teria sido um ato de vingança, o que provocou violentos protestos na semana passada.

Obama pede calma

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que os dois lados do conflito mostrem contenção em vez de vingança em um comunicado citado pela imprensa alemã.

"Neste momento de perigo, todos os envolvidos devem proteger os inocentes e agir de uma maneira sensata e calculada, não com vingança e retaliação", disse Obama, de acordo com "Die Zeit".

Segundo o ministro da Defesa israelense, Moshe Ya'alon, a operação militar será expandida nos próximos dias e o Hamas pagará um enorme preço.

"Nós continuamos realizando ataques que são um preço enorme para o Hamas", disse Ya'alon. "Estamos destruindo as armas (do Hamas), infraestrutura terrorista, comando e controle de sistemas, instituições, prédios do governo, casas terroristas e estamos matando terroristas do alto comando da organização".

Com o objetivo de deter os ataques do grupo militante islâmico, o governo de Israel autorizou as Forças Armadas a mobilizarem 40 mil reservistas, considerando a possibilidade de uma invasão terrestre à Faixa de Gaza.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, por sua vez, havia apelado a Israel para suspender os ataques aéreos imediatamente e pediu calma.

"Líderes palestinos está realizando contatos intensos e urgentes com as partes regionais e internacionais para impedir a escalada", disse ele.

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