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Após prometer desobedecer ordens judiciais do ministro do STF Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral, o bilionário Elon Musk chamou o juiz para um "debate aberto" em sua rede social, o X (novo nome que ele deu ao Twitter), nesta segunda-feira (8).
Horas antes, ele esteve em um podcast ao vivo na plataforma (ferramenta conhecida como "spaces"). “As exigências desse juiz foram para suspender contas imediatamente”, explicou Musk.
“Tipicamente, tínhamos duas horas para suspender uma conta ou receber multas exorbitantes”. Para ele, a “gota d'água” nas ordens de Moraes foi que “recebemos exigências para suspender membros ativos do Parlamento [brasileiro] e jornalistas importantes”.
“Além disso, não podíamos contar a eles que isso era feito a mando de Alexandre de Moraes”, continuou o empresário.
Ele informou que ele e sua equipe precisavam “fingir que era por causa dos nossos termos de serviço”.
“Esta foi a gota d'água e dissemos não”, concluiu Elon Musk.
No último fim de semana, ele também prometeu liberar mais informações acerca das ordens de Moraes envolvendo a rede social e desfazer banimentos. Contas restritas no Brasil por ordens judiciais, como a da ex-juíza Ludmila Lins Grilo e a do jornalista Rodrigo Constantino, permanecem banidas no Brasil, contudo.
Musk não participou diretamente da decisão que levou à publicação dos Twitter Files Brasil na quarta-feira passada (3). Esses documentos já estavam nas mãos do jornalista americano Michael Shellenberger desde 2022, entregues por Musk na época, e houve no mês passado uma nova apuração feita pela Gazeta do Povo e pelo jornalista David Ágape.
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