Acusar a Síria pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri foi um erro, declarou o filho dele e atual chefe de governo do Líbano, Saad Hariri. A retratação foi divulgada na edição de hoje do jornal árabe Asharq al-Awsat, editado em Londres.
Saad Hariri disse que a acusação tinha motivação política e agora não faz mais sentido. O comentário de Hariri coincide com os esforços do primeiro-ministro e de sua aliança apoiada pelo Ocidente para manter sua força, enquanto o grupo militante xiita Hezbollah, aliado da Síria, aumenta sua influência no país.
Na entrevista, o atual primeiro-ministro disse que testemunhas "atrapalharam a investigação" sobre o assassinato de seu pai, ocorrido em fevereiro de 2005. "Em um certo estágio, cometemos erros, acusamos a Síria de assassinar o martirizado primeiro-ministro, e esta foi uma acusação política", disse Saad Hariri, de acordo com o jornal.
Desde dezembro, Hariri fez cinco viagens à Síria e os dois lados pregaram a reconciliação. A Síria continua a manter grande influência no Líbano por meio de seu apoio ao Hezbollah, que tem amplo papel no frágil governo de união nacional libanesa.
Em apenas alguns anos o Hezbollah ganhou tanta força política que agora tem poder virtual de veto às decisões do governo. A morte de Hariri levou a uma onda de protestos no Líbano e à saída do Exército sírio do país depois de quase 30 anos de dominação política e presença militar.
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