Pelo menos dez mil salvadorenhos estão em necessidade alimentar urgente, após deslizamentos de lama terem destruído largas faixas de terra cultivada após a passagem do furacão Ida, disse nesta terça-feira o Programa de Alimentação Mundial (WFP, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU). Enquanto isso, a Comissão Nacional da Defesa Civil elevou para 144 o número de pessoas mortas na passagem do furacão, que atingiu o país no final de semana passado.
O número de pessoas desabrigadas, no entanto, foi reduzido para 12.930. Pelo menos 60 pessoas continuam desaparecidas.
Chuvas pesadas provocaram o transbordamento de doze rios e formaram torrentes de lama que desceram das montanhas ao redor das planícies do país centro-americano, soterrando povoados inteiros.
O WFP da ONU disse que ajuda a alimentar 500 pessoas em abrigos na província de San Vicente, mas afirmou que milhares de pessoas a mais precisarão de auxílio nos próximos dias.
"As enchentes varreram várias lavouras, casas e povoados", disse Dorte Ellehammer, representante do WFP em El Salvador. "Esse desastre comprometeu a segurança alimentar de milhares de pessoas", afirmou. O WFP disse que 90 toneladas de biscoito altamente energético estarão disponíveis para distribuição nos próximos dias, um suprimento que poderá alimentar 70 mil pessoas por quatro dias.
Outras mil toneladas de alimentos estarão disponíveis no país. Em Verapaz, um dos povoados mais atingidos, no sopé do vulcão Chichontepec, muitos moradores perderam suas lavouras de café e de açúcar.
Cornélio Lobato, fazendeiro em Verapaz, disse que voltou com sua família para o local para ver que apenas o galo da família, Pipo, sobreviveu à avalancha de lama porque subiu numa mangueira "Nós não temos nada, nenhum dinheiro, nada. Mas não vamos comer Pipo, vamos tomar conta dele até ele morrer".
O governo salvadorenho ainda avalia a dimensão dos danos às lavouras e criações de animais.
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