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O número de pessoas sofrendo de fome crônica no mundo está em declínio pela primeira vez em 15 anos, como resultado da melhoria das condições econômicas e da redução do preço dos alimentos, informou nesta terça-feira a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura).

Mas a Organização Mundial da Saúde alertou que as inundações no Paquistão e a seca na Rússia ameaçam provocar uma crise alimentar que afetaria as pessoas mais pobres do mundo.

Cerca de 925 milhões de pessoas estão subnutridas em 2010. No ano passado, eram 1,02 bilhão, maior número em quatro décadas, segundo relatório da FAO.

Apesar dos avanços, há preocupação com a segurança alimentar no mundo, ressaltada pelos violentos distúrbios deste mês em Moçambique, por protestos no Egito e pelo aumento nos preços dos grãos por causa da seca na Rússia e da mudança climática global.

A FAO afirmou que a maioria dos famintos do mundo vive nos países em desenvolvimento, onde representam 16 por cento da população em 2010.

É um resultado melhor que os 18 por cento de 2009, mas a FAO alerta que o mundo está tendo dificuldades para cumprir a meta, adotada pela ONU em 2000, para que até 2015 o número de desnutridos nos países em desenvolvimento caia a 10 por cento - metade do que era no período 1990-92.

"O fato de que quase 1 bilhão de pessoas continuam com fome, mesmo depois que as recentes crises alimentar e financeira praticamente terminaram, indica um problema estrutural mais profundo", assinalou a FAO.

"Os governos deveriam encorajar maiores investimentos na agricultura, expandir as redes de segurança e os programas de assistência social, e fortalecer as atividades de geração de renda para os pobres nas zonas rurais e urbanas."

Líderes mundiais devem declarar numa cúpula da ONU na semana que vem que é viável alcançar as metas de redução da fome e da pobreza até 2015, segundo um documento preliminar.

O número de famintos do mundo passou mais de uma década subindo, chegando ao recorde de 2009 por causa da crise econômica global e da alta dos preços dos produtos alimentícios em vários países em desenvolvimento.

A melhora segurança alimentar em 2010 foi resultado principalmente da recuperação da economia e da redução dos preços, após dois anos de safras abundantes de cereais, informou a FAO.

Embora a produção de cereais deva diminuir em 2010, a FAO observou que a situação geral do abastecimento é adequada.

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