Roma (AFP) A fome e a desnutrição matam 6 milhões de crianças por ano e afetam 852 milhões de pessoas, diz a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que publicou ontem, em Roma, seu relatório anual sobre segurança alimentar. "A grande maioria dessas crianças morre por causa de algumas poucas doenças infecciosas curáveis como diarréia, pneumonia, malária e sarampo. Teriam sobrevivido se seus corpos e seus sistemas imunológicos não estivessem debilitados pela fome e a desnutrição", diz o relatório.
Segundo Jacques Diouf, diretor-geral da FAO reeleito no sábado para um terceiro mandato, "o progresso" rumo ao objetivo fixado pelas Metas do Milênio para reduzir à metade em 2015 o número de pessoas subnutridas "foi muito lento" e "a comunidade internacional está longe de alcançar" este objetivo. "Se mantivermos o ritmo atual de redução da pobreza nas várias regiões em desenvolvimento, apenas a América do Sul e o Caribe alcançarão a meta", acrescentou Diouf.
A FAO estima que 852 milhões de pessoas estavam subnutridas no mundo no período 20002002, das quais 814,6 milhões nos países em desenvolvimento. Segundo o levantamento, 33% das pessoas que vivem na África subsaariana e 16% das pessoas que vivem na Ásia e no Pacífico estavam subnutridas durante o período analisado.
Área rural
Diouf também pediu que se dê "prioridade às áreas rurais e à agricultura como principal fonte dos meios de subsistência rurais". Segundo a FAO, "cerca de 75% da população com fome e de pobres do planeta vivem em áreas rurais dos países com baixos rendimentos". A organização insiste em duas frentes para a luta contra a fome. Por um lado, "aumentar a produtividade e os rendimentos das pessoas pobres com irrigação em pequena escala, estradas, recursos hídricos, pesca e silvicultura". Por outro lado, deve-se "proporcionar acesso direto aos alimentos e criar redes de proteção social para os pobres".
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