A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou ontem que o pior da crise humanitária, gerada pela fome e seca na Somália, ainda está por vir.
O órgão solicitou à comunidade internacional um envolvimento maior com a situação de emergência que afeta milhões de pessoas e informou que o número de refugiados deve aumentar dramaticamente nos próximos meses.
O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) no Quênia alertou que a situação pode se tornar "simplesmente insuportável" nas próximas semanas, se somalis continuarem abandonando suas casas no sul e no centro do país em busca de abrigo e alimentos. Cerca de 200 mil pessoas deixaram o país nos últimos dois meses, rumo aos países vizinhos Quênia e Etiópia. "Há a possibilidade de que todo mundo que mora nessas áreas deixe suas casas, o que seria um desastre", disse Luca Alinovi, acrescentando que os custos de transportes dobraram nos últimos meses evidência de que há um aumento da demanda por passagens.
A fome afeta cerca de 12,4 milhões de pessoas na Somália, Djibuti, Etiópia e Quênia, segundo dados da FAO.
Na terça-feira, a organização convocou uma reunião urgente em Roma para o dia 18 de agosto com o objetivo de buscar soluções para a fome do continente africano.