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Nas lojas de eletrônicos, aumentou a procura por tevês de tela fina neste fim de ano. | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Nas lojas de eletrônicos, aumentou a procura por tevês de tela fina neste fim de ano.| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Os atentados

Nova Délhi culpa Paquistão e causa tensão regional:

O ATAQUE

> Na noite de quarta-feira, vários pontos de Mumbai, cidade mais populosa da Índia, foram alvo de terroristas armados, que resistiram por 62 horas e deixaram pelo menos 174 mortos, segundo cifras oficiais.

O PRESO

> Um dos terroristas foi preso. Autoridades indianas dizem que ele é paquistanês e que pertence à organização Lakshar-e-Taiba, grupo que luta pela independência da Caxemira e que Nova Délhi acusa Islamabad de não coibir.

A NEGATIVA

> O governo paquistanês diz não ter nenhuma ligação com a ataque, mas Nova Délhi já fez acusações pouco veladas contra Islamabad. A tensão põe em risco o processo de reaproximação em curso entre as duas potências nucleares.

O EFEITO INTERNO

> Enquanto aponta dedos para Islamabad, o governo indiano aceitou ontem a renúncia do ministro do Interior, Shivraj Patil, que era muito criticado e disse ter "responsabilidade moral’’ por permitir que os ataques ocorressem.

Fonte: Folhapress

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anunciou ontem a ampliação da principal força antiterrorista do país e a criação da Agência Federal de Investigação para coordenar a luta contra o terror. As medidas são uma reação aos ataques terroristas ocorridos em Mumbai entre quarta-feira e sábado que mataram 195 pessoas e feriram cerca de 300.

Singh expôs as medidas no início de uma reunião com líderes das forças políticas do país, aos quais pediu unidade perante a "ameaça nacional" do terrorismo.

O anúncio de Singh ocorre após fortes críticas de partidos políticos e meios de comunicação pela demora no envio a Mumbai dos membros da Guarda Nacional de Segurança indiana, os principais responsáveis pelo combate aos terroristas que atacaram e mantiveram reféns nos hotéis de luxo Oberoi Trident e Taj Mahal Palace e no centro judaico Chabad Lubavitch.

Conforme Singh, a Guarda que, atualmente, tem sede em Nova Déli, terá novos quartéis em outros quatro pontos do país, além de mais soldados. O premier anunciou ainda um reforço na segurança aérea e marítima indiana e a proposição de medidas legislativas para a criação da agência de investigação. Diferentes partidos reivindicavam a criação da agência havia alguns meses.

O diretor-geral da Guarda, J.K. Dutt, defendeu a atuação de seus homens na operação. Ele concordou que a operação no Taj foi muito longa, mas explicou que isso foi necessário para evitar "perda de vidas inocentes" dos hóspedes e funcionários do hotel.

Dutt voltou a afirmar que os terroristas estavam "muito familiarizados" com a planta daquele hotel. O Taj ficou dominado por terroristas entre a quarta-feira e sábado, quando os últimos três foram mortos.

Terror

Segundo o jornal indiano Times of India, apenas um homem foi preso suspeito de participar dos atentados. Trata-se do paquistanês Mohammad Ajmal Mohammad Amin Kasab, que deve ficar preso ao menos até o próximo dia 11 de dezembro.

Investigações preliminares da polícia indicam que Kasab chegou a Mumbai com ao menos outros dez comparsas de barco. Na seqüência, eles se dividiram e, com aproximadamente 6.200 rúpias indianas cada um (menos de R$ 300), foram de táxi aos pontos que deveriam atacar. Kasab foi preso quarta-feira, ao lado de um homem que foi identificado como Ismail Khan e que morreu baleado em confronto com policiais.

Kasab deverá ser acusado de ter matado três altos oficiais da instituição assassinados nos atentados: Hemant Karkare, o chefe do esquadrão antiterrorismo, Vijay Salaskar, consultor de segurança, e o comissário de polícia Ashok Kamte.

Dança das cadeiras

Os ataques terroristas causaram uma dança das cadeiras no governo. O ministro do Interior, Shivraj Patil, pediu demissão e foi substituído pelo ministro de Finanças, Palaniappan Chidambaram. O próprio premier, Manmohan Singh, assumiu a pasta de Finanças. Em sua carta de demissão, Patil disse ter a "responsabilidade moral" de renunciar para mostrar que os ataques foram "horrendos" e que o governo "os levou muito a sério".

Todas as mudanças e a pressão sobre o governo indiano para investigar os ataques também deram origem a um boato de que o conselheiro de Segurança Nacional, M.K. Narayanan, seria mais um a renunciar, o que foi negado, de acordo com a agência de notícias PTI. O boato foi noticiado pela rede de tevê local NDTV e a agência Ians.

Desde os atentados, diversas autoridades indianas foram a público afirmar que os terroristas eram estrangeiros e que poderiam ser paquistaneses. O Paquistão nega ligação com o caso e já ofereceu ajuda nas investigações.

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