| Foto: Divulgação/Walker Police Department

Os mais de 60 centímetros de chuva registrados no último fim de semana na Louisiana, nos Estados Unidos, causaram estragos inimagináveis. Além dos oito mortos, 20 mil desabrigados e 40 mil casas danificadas até o momento, a pior enchente da história da região ocasionou uma cena curiosa e triste.

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Califórnia em chamas

AFP

Se o dilúvio recorda aos habitantes de Louisiana o desastre do furacão Katrina, que causou a morte de 1.800 pessoas em 2005, os californianos também vivem sua tragédia particular. A 160 km ao norte de San Francisco, uma zona do oeste dos Estados Unidos devastada por um gigantesco incêndio em 2015, as chamas aterrorizam de novo a população desde sábado.

O fogo já queimou mais de 1.600 hectares e os cerca de 1.700 bombeiros mobilizados conseguiram controlar por hora apenas 5% das chamas, segundo o Cal Fire, organismo que gerencia a luta contra incêndios florestais na Califórnia.

Cerca de 4.000 pessoas foram evacuadas e 175 imóveis, destruídos pelas chamas, que continuam se propagando agressivamente rumo ao norte.

Mais ao sul, os bombeiros controlavam 30% de outro incêndio, que custou a vida de uma pessoa, feriu três e arrasou mais de 30.000 hectares.

Na segunda, um homem foi preso e acusado de ter provocado o incêndio que devasta o norte da Califórnia. Damin Anthony Pashilk, 40 anos, enfrenta 17 acusações de incêndios criminosos, informou o xerife de Lake County, Brian Martin, durante um encontro no centro que abriga 4,000 pessoas retiradas de suas casas.

O anúncio foi recebido com aplausos e comemorações. Segundo a Cal Fire, Pashilk já era suspeito de iniciar inúmeros incêndios em Lake County desde o ano passado.

Em Denham Springs, perto da capital Baton Rouge, caixões foram retirados de suas covas devido à força da natureza e levados para longe do cemitério. Quando as águas baixaram, eles ficaram espalhados pelas ruas.

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Anna Johnson, moradora da cidade, usou seu Twitter para divulgar imagens do caos gerado pela enchente e pedir orações para a Louisiana. (Veja as fotos abaixo.)

“Nós nunca vimos nada parecido. É muito pior do que o Katrina”, declarou Anna à imprensa, relembrando o furacão que devastou Nova Orleans em 2005. “Meu marido está em uma missão de busca agora. Ele tem um barco e está ajudando o departamento de polícia local”.

“Nosso estado está vivenciando uma enchente histórica, um evento que ultrapassa todas as marcas anteriores”, afirmou o governador da Louisiana, John Bel Edwards, em uma declaração oficial na última segunda-feira (15).

“O desastre ainda não terminou”, disse. “Nós não sabemos quando as águas recuarão em definitivo, e provavelmente elas continuarão a subir em algumas áreas”.

Além da água em si, a enchente pode trazer outros problemas sérios aos cidadãos. Um deles diz respeito aos mosquitos transmissores do zika vírus, que já chegou aos Estados Unidos.

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O Departamento de Saúde da Louisiana alertou que enxames de mosquitos devem ser atraídos para as regiões afetadas pela enchente, lembrando que os ovos “podem permanecer latentes por diversos anos e eclodir com a presença de água”.

Ainda, ao retornar para suas casas, as pessoas estão sujeitas a contrair tétano e a desenvolver problemas respiratórios, em especial asma. Ambientes úmidos também são favoráveis à formação de mofo e à presença de ácaros e baratas.

Outro problema apontado pelo departamento de saúde são as cobras, que tendem a entrar em casas abandonadas, carros e até em móveis se seus ninhos estiverem inundados.

Caixões em Louisiana

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Colaborou: Mariana Balan.

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