As forças de segurança de Israel retiraram nesta quinta-feira (4) colonos israelenses de um dos mais voláteis focos de violência na Cisjordânia: um edifício disputado, na cidade bíblica de Hebron. Perto de 600 policiais e soldados participaram da operação. Foram lançados contra a força de segurança pedras, ovos e produtos de limpeza.
Imagens da televisão mostraram duas garotas socando soldados. As forças de segurança usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para repelir os aproximadamente 250 assentados. Onze deles foram presos, por lançar pedras nas forças de segurança.
A violência rapidamente se espalhou por outras partes da Cisjordânia. Houve ataques contra motoristas, pneus foram queimados e o trânsito foi bloqueado em partes da região, como parte de um plano prévio para responder à retirada dos colonos, já esperada.
"Isso é um ato de patifes, judeus despejando judeus de suas casas", acusou a líder dos assentados Daniella Weiss, falando à emissora Canal 10 TV. Segundo o serviço de resgate, oito pessoas foram feridas, entre eles policiais e assentados. Um assentado tinha ferimentos mais graves e foi levado de ambulância para o hospital.
Os policiais tomaram o edifício de surpresa, em uma operação de cinco minutos. Eles começaram a retirar os 250 residentes um a um. Toda a retirada durou 20 minutos, segundo um porta-voz do Exército. Perto dali, houve brigas entre jovens assentados e palestinos.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que o despejo foi ordenado após todas as tentativas de persuadi-los a saírem pacificamente terem fracassado. Mais de dez famílias de assentados ocuparam o edifício em março de 2007 e permaneceram ali, apesar das ordens de despejo.
O serviço de emergências israelense informou que 25 pessoas ficaram feridas dos dois lados, sem precisar o dado. Um porta-voz da polícia disse que um policial foi levemente ferido, após jogarem um líquido químico sobre sua face.
Hebron
Hebron é o tradicional local onde Abraão foi enterrado. Ele é considerado o patriarca tanto dos judeus quanto dos muçulmanos.
Os colonos judeus afirmam que se mudaram para o local após comprarem o edifício de um palestino. Os palestinos negam isso e as autoridades israelenses não reconheceram a venda como legal. A Suprema Corte de Israel ordenou que o edifício fosse esvaziado no mês passado.
Com a ordem de despejo, aumentou o número de moradores israelenses no edifício, como forma de fortalecer a resistência. Na quarta-feira (3), houve um confronto entre jovens judeus e a polícia antidistúrbio. "Nós devemos ser bem claros: se alguém joga uma pedra em um soldado, é como jogar uma pedra no Estado de Israel", criticou o presidente israelense, Shimon Peres.
O edifício é chamado pelos assentados de "Casa da Paz". Foi a primeira grande retirada de colonos desde um violento confronto em 2006, que deixou dezenas de feridos. Os assentados tentaram ainda voltar ao edifício, mas os soldados fizeram uma corrente humana para impedi-los.
Fronteira
Israel interrompeu nesta quinta-feira uma proibição de quatro semanas à entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza e temporariamente relaxou o bloqueio ao suprimento de produtos para a região costeira. Segundo um porta-voz militar, a proibição à entrada de funcionários humanitários internacionais também deixou de vigorar. O governo israelense é pressionado há semanas a diminuir o bloqueio em Gaza, que dificulta a vida da já empobrecida população.
Israel impõe o bloqueio em meio à piora na instabilidade entre o país e os militantes que lançam foguetes no território israelense. Apesar dos desrespeitos constantes, ainda vigora um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na área.
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