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O secretário de Estado do Vaticano em final de mandato, cardeal Angelo Sodano, disse que uma força de interposição entre Líbano e Israel "poderia ser oportuna", desde que tenha "os instrumentos para intervir".

Em entrevista à revista "Famiglia Cristiana" publicada nesta terça, Sodano afirmou que "a história recente de algumas dessas forças da ONU não é alentadora". "Basta pensar na inércia dessas forças em algumas dolorosas situações nos Bálcãs, na África, ou como no Haiti ou Timor Leste", disse.

"Ainda existe uma força da ONU, a Unifil, entre Líbano e Israel, mas não pôde impedir o conflito atual. O que é preciso é a disposição à paz por parte de governantes e governados", acrescentou Sodano. "Por isso a Igreja e particularmente a Santa Sé não se cansarão de convidar as partes ao diálogo, para encontrar caminhos de acordo e de reconciliação", afirmou.

Segundo o cardeal, o dever dos cristãos é "frear a desumanidade das guerras, como verdadeira degeneração da humanidade. Mas deve-se lembrar que não se pode negar aos governos o direito a uma legítima defesa".

Em guerra, entretanto, "existe um direito a respeitar, sobretudo para não envolver civis inocentes. O direito humanitário é uma conquista de nossa civilização e não deveria ser violado nunca", disse.

Sodano se defendeu de recentes críticas que falaram de posturas antiisraelense do Vaticano e lembrou que a linha de ação "da Santa Sé, em todos os conflitos do século passado e nos do início do atual, foi sempre favorecer as razões da paz".

As informações são da Ansa.

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