Vinte e cinco reféns estrangeiros escaparam e outros seis foram mortos nesta quinta-feira (17) quando forças argelinas lançaram uma operação para libertá-los num remoto campo de gás no deserto, numa das maiores crises internacionais com reféns dos últimos tempos, disseram fontes da Argélia.
Os detalhes sobre a operação de libertação dos reféns mudavam rapidamente e eram difíceis de serem confirmados. A agência de notícias oficiais da Argélia APS disse que os militares libertaram quatro reféns estrangeiros, sem dar mais detalhes.
Uma fonte local disse à Reuters que seis reféns estrangeiros foram mortos, assim como oito sequestradores quando as forças argelinas dispararam contra um veículo usado pelos militantes. Uma fonte de segurança argelina disse que 25 reféns conseguiram escapar.
A agência de notícias de Mauritânia ANI, que está em constante contato com os sequestradores, disse que sete reféns ainda estavam sendo mantidos: dois norte-americanos, três belgas, um japonês e um cidadão britânico.
A ANI e a Al Jazeera, sediada no Catar, informaram que 34 reféns e 15 sequestradores foram mortos quando forças do governo dispararam de helicópteros contra um veículo. Esses relatos sobre mortos, muito maior do que o informado pela fonte local, contrariam as informações de que um grande número de estrangeiros conseguiu escapar com vida.
O sequestro
O impasse começou quando homens armados que se auto-intitulam o Batalhão do Sangue invadiram a usina de gás na quarta-feira (16) de manhã. Eles afirmavam manter 41 estrangeiros reféns e exigiam a suspensão de operações militares francesas contra militantes islâmicos ligados à Al Qaeda no vizinho Mali.
Grã-Bretanha e Noruega, cujas petrolíferas BP e Statoil controlam a usina em conjunto com a empresa estatal argelina de petróleo, disseram que tinham sido informados pelas autoridades argelinas de que uma operação militar estava em curso.
De acordo com a fonte local, até 180 argelinos que também foram feitos reféns conseguiram fugir.
O incidente aumenta drasticamente a importância das ações militares francesas no Mali, onde centenas paraquedistas e fuzileiros navais da França iniciaram uma ofensiva por terra contra rebeldes depois de ataques aéreos na semana passada.
O ministro do Interior da Argélia, Daho Ould Kablia, disse que os sequestradores são liderados por Mokhtar Belmokhtar, um veterano militante islâmico que combateu no Afeganistão contra os soviéticos na década de 1980 e que fundou seu próprio grupo no Saara após sair de uma organização comandada por outros líderes da Al Qaeda.
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