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Militares da Turquia patrulham região próxima à fronteira com o Iraque, onde rebeldes curdos lançaram série de ataques | AFP
Militares da Turquia patrulham região próxima à fronteira com o Iraque, onde rebeldes curdos lançaram série de ataques| Foto: AFP

EUA

Obama descreve ação rebelde como terrorista

O presidente norte-americano, Barack Obama, condenou o ataque de rebeldes curdos que matou 24 soldados turcos e descreveu a ação como um "ataque terrorista ultrajante".

"Os Estados Unidos vão continuar nossa forte cooperação com o governo turco enquanto trabalham para derrotar a ameaça terrorista do PKK e para levar paz, estabilidade e prosperidade a todos os povos do sudeste da Turquia", disse Obama em um comunicado.

A União Europeia, onde a Turquia trabalha para entrar, pressiona o governo turco para que dê mais direitos aos curdos. Mas os países da UE disseram que os parlamentares curdos devem se afastar do PKK, grupo considerado terrorista pelos EUA e pela UE.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou "inaceitáveis" os ataques dos rebeldes curdos. "A soberania e a integridade territorial da Turquia e do Iraque devem ser respeitadas", disse Ban, que exortou "o Iraque e a Turquia a realizar um diálogo construtivo para encontrar uma solução pacífica para este desafio".

Reuters

Soldados da Turquia, aviões e helicópteros lançaram ontem uma incursão no Curdistão iraquiano, horas após rebeldes curdos matarem 26 soldados e ferirem 22 em ataques múltiplos na região da fronteira. Autoridades turcas não confirmaram a incursão, mas o chefe dos militares, bem como os ministros da Defesa e do Interior, seguiram para a região de fronteira, enquanto o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdo­­gan cancelou uma visita ao Casa­­quistão.

Em Ancara e em Istambul, ocorreram protestos populares contra os ataques dos curdos, que possivelmente foram desfechados por membros do extremista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PPK).

"Nós nunca nos curvaremos a qualquer ataque, vindo de dentro ou de fora da Turquia", disse Er­­dogan. O presidente da Turquia, Abdullah Gul, prometeu vingança. "Eles verão que a vingança por estes ataques será imensa e muitas vezes mais forte", afirmou.

Na terça-feira, em outro atentado atri­­buído a insurgentes curdos, oito pessoas foram mortas por uma bomba no leste da Tur­­quia, incluídas duas crianças de 4 e 13 anos.

A emissora NTV, sem citar fontes, disse que as tropas turcas penetraram até 4 quilômetros no território iraquiano.

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) afirmou que os confrontos ocorriam em duas áreas separadas, perto da montanhosa fronteira entre os dois países. "Nós estamos nos confrontando com forças turcas em duas áreas", afirmou por telefone Dost­­dar Hamo, um porta-voz do grupo rebelde.

Na semana passada, a Turquia pressionou o Iraque a erradicar as bases rebeldes no Curdistão iraquiano, dizendo que sua "paciência estava se esgotando", por causa de ataques rebeldes na Turquia que partiam da região curda no norte iraquiano, que é semiautônoma. Acredita-se que cerca de 100 re­­beldes participaram dos ata­ques de ontem, segundo a emissora estatal TRT. Os rebeldes fugiram para o norte do Iraque após a ação, segundo a NTV.

O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos desde 1984. Políticos curdos pe­­dem mais direitos políticos e culturais para os curdos, que representam 20% da população de 74 milhões da Turquia, como o direito à educação em sua língua materna. O governo turco teme que isso poderia dividir etnicamente o país.

O governo permitiu a educação em curdo em institutos de ensino da língua e em cursos privados, mas impede a educação em nível básico em curdo.

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