Forças leais ao presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, começaram a atacar e queimar veículos da Organização das Nações Unidas (ONU) na quinta-feira, em meio a uma escalada nas tensões entre o governo e a entidade internacional.
A ONU reconhece a vitória do oposicionista Alassane Ouattara na eleição presidencial de novembro, mas Gbagbo se recusa a abrir mão do poder.
Em Genebra, a alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, disse que as Forças Armadas estão bloqueando o acesso a um lugar próximo à localidade de Daloa, no centro do país, onde há relatos sobre a existência de uma vala comum.
Os militares também já tinham sido acusados de impedir o acesso a duas valas comuns em Abidjan e arredores.
A ONU suspeita que muitos dos cadáveres nessas valas comuns sejam de pessoas mortas pelos militares e por milícias leais a Gbagbo, durante ataques noturnos a bairros habitados por seguidores de Ouattara. Há também centenas de desaparecidos.
Em nota, um porta-voz da ONU manifestou preocupação com o fato de que "forças regulares e irregulares leais ao senhor Gbagbo começaram a atacar e queimar veículos da ONU."
"Desde hoje de manhã, houve um total de seis incidentes envolvendo tais ataques em Abidjan, onde um veículo militar da Unoci (força de paz da ONU) foi queimado", disse o porta-voz Martin Nesirky.
Funcionários da entidade disseram também que um motorista e um médico ficaram feridos no apedrejamento à ambulância onde estavam.
Pillay disse à Reuters em Genebra que há relatos de uma terceira vala comum na Costa do Marfim, que está fora do alcance dos agentes da ONU.
"Estou muito preocupada agora que uma terceira vala comum foi descoberta", disse ela. "O meu representante lá e o representante da ONU não tiveram permissão de acesso às valas comuns".
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